A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

14 novembro 2022

TU EM MIM...

 

                                                                                     (Fotografia da Internet)


“Na tua ausência durante toda esta minha vida...

Desenhei tuas linhas perfeitas...

Mas foi preciso que o tempo me impregnasse do teu Ser...

Em silêncio...

E eis que de um momento para o outro...

Te fizeste luz em mim...

Ah! Como te respirei...

Altiva e luminosa...

No ar que absorvi... Do Amanhecer...

Mas foi preciso, também... De novo...

Vivenciar a tua ausência...

Sentir a saudade de ti!

Afinal...

Para que eu pudesse sentir, também...

A presença misteriosa da vida!

E hoje...

Depois de te ter desenhado em mim...

Durante todo este tempo...

Hoje...

Já não preciso abrir meus olhos para te ver...

Em mim...”


(In "Amar... O amor...")

O BELO...

 

                                                                      (Fotografia da Internet)


“Se existe algo que provoca o meu Ser é o belo…

Sim, podemos admirá-lo, pelo menos de duas formas:

De forma objetiva, em que a realidade externa se revela aos sentidos…

Ou, independente do gosto de cada um, impondo-se como belo em si mesmo…

Mas, queiramos, quer não…

O belo tem muito de externo e tem um caráter autoritário…

Ainda que eu admire mais aquele belo da própria subjetividade…

Aquele que pertence mais ao mundo interior…

Coisa da alma que busca o que não se revela…

O escondido, o mistério por traz das aparências…

É coisa de quem, mesmo em dias tristes, se aventura a procurá-lo…

Exclusivo de quem não se contenta com as aparências…

De quem só vê o belo do mundo porque tem ainda mais beleza dentro de si…”


(In "Crónicas Mundanas...")

13 novembro 2022

EQUILÍBRIO PERFEITO...

 

                                                                                                           (Fotografia de Luís Borges)


"Observa a Natureza à tua volta...

A solidão de uma planície...

Ou a majestade de uma montanha…

Toda a criatura viva...

Todo o planeta...

É um milagre!

Esta imagem é a do equilíbrio perfeito...

Que reúne o céu e a terra num mesmo corpo...

A natureza inteira cabe no espírito de um só homem!"


(In "A vida é um caminho... E deixa rastros...")

DA ETERNIDADE DA ALMA…

 

                                                          (Fotografia da Internet)


“Uma das maiores e mais generosas ‘coisas’ é a alma humana…

Ela não tolera mais limites do que aqueles que são comuns à divindade…

A sua pátria compreende o universo até aos confins mais distantes…

Além disso, não tem duração…

 Pois não existe tempo para os grandes espíritos…

Não há idade inalcançável ao pensamento…

Sim, surgirá o dia em que se dividirá o que é humano e o que é divino…

E aí, ela se religará à deidade…

Saindo da espera da vida mortal para uma outra existência…

Afinal, aquilo a que chamamos vida…

Não foi mais do que o amadurecimento para um outro nascimento…

Ou talvez apenas, uma outra ordem das coisas…

Desfrutemos, pois, enquanto aqui jazemos, de tudo o que nos rodeia…

Pois, estamos somente de passagem…

E a natureza despoja tanto quem entra. quanto quem sai…

Mas, atenção:

Nesta passagem…

Não nos é permitido levar mais do que temos…

 Até o que trouxemos para a vida ao nascer aqui deverá ser cá deixado…

Mas, sejamos gratos…

Esse dia que tememos como o último, será o do nosso nascimento para a eternidade…

Por isso, não hesitemos, muito menos resistamos…

Não fomos igualmente expulsos com grande força do corpo da nossa mãe?

E depois de sairmos do aconchegante ventre materno…

Não soprou um outro ar fresco sobre nós?

E tenros e inexperientes, enfrentamos o estupor do desconhecido…

Porque nos apegarmos, então, a esta vida como se fosse nossa?

Chegou a hora de nos livrarmos de tudo o que nos prende...

E que não é mais necessário…

Chegou o dia dos segredos do universo nos serem revelados…

 O dia em que o céu resplandecerá como um todo…

Então, poderemos dizer que vivemos nas trevas…

Pois, agora poderemos contemplar em plenitude a totalidade da luz…

Que até aqui apenas espreitávamos pelas frestas dos nossos olhos…

Ah! Agora há que manter os olhos bem abertos…

Para que não percamos de vista a eternidade…”


(In "Crónicas Mundanas...")

12 novembro 2022

SOU PEDRA QUE REPOUSA EM TI...

                                                                                                          (Fotografia de Luís Borges)


“Ó adorada mãe natureza...

Eu amo os caminhos que estendes por dentro do meu ser...

Ainda que ignore as estações...

Só quero mesmo é jazer ao relento entre os teus abraços...

Mantém-me, por favor, mendigo neste teu lugar transitório...

Desviando-me de mim...

Deixa-me ser o teu chão assiduamente...

Pois sei que és tu que sempre me levantas...

Que sedimentas o meu corpo cada dia que passa...

Sou afinal, apenas a pedra que repousa em ti!”


(In "Uma vida... E um par de botas...")

A TEIA DA VIDA…

 

                                                                                                          (Fotografia de Luís Borges)


“Qual renda bordada tecida pela mão do homem…

A vida é como uma teia de aranha…

Com uma miríade de ligações e interligações...

Um entrelace de instantes, ações e sentimentos…

Que se vão entrecortando, do fazer e refazer…

Mas não pensemos que somos apenas nós que tecemos a teia da vida…

Nós somos apenas mais um fio…

Tudo o que fazemos na teia…

Fazemos a nós mesmos…

E quantas vezes nos enrodilhamos nos próprios fios…

Que só a custo desatamos…

Mas, façamos que o que quer que façamos…

Sempre seremos influenciados…

Pois, os fios da nossa teia estão conectados a outros fios…

Que, por sua vez…

Se conectam a outros seres como nós…

Por isso, tudo o que façamos, tudo o que escolhermos fazer…

Terá impacto em nós…

E terá, também, impacto no mundo à nossa volta…

Basta uma pequena vibração numa ponta da teia…

Para causar uma vibração que se espalha por toda a teia…

Assim se passa também à nossa volta…

Cada passo que damos… Ou que não damos…

Terá um impacto em tudo aquilo que nos rodeia…

Cada sorriso, cada resposta, cada demonstração de afeto, cada afastamento…

Tudo irá alterar a conformação da teia...

Infelizmente, a teia do nosso mundo já viu dias melhores…

Em vez de união, há cada vez mais egocentrismo…

Pois, parece que cada um apenas se preocupa com a sua própria teia…

E assim, um dia a teia irá romper-se...

Seria bom, pois, cuidarmos mais dos nossos atos…

Eles são muito mais poderosos do que aquilo que pensamos…

E consciencializar-nos que a força da teia repousa nas raízes do todo…

Que se tece gloriosamente sobre o tênue fio da vida…”


(In "Crónicas Mundanas...")

11 novembro 2022

AMIGOS...

 

                                                                                                                        ('Post' da Internet)


“Tenho amigos que deixaram de ser meus amigos…

Mas, a maioria deles nem sabe que continuam a ser meus amigos…

Não imaginam sequer a amizade que ainda hoje tenho por eles…

Nem a absoluta necessidade que tenho deles…

Os amores, esses vêm e vão…

Ainda que também nos deixem com o coração nas mãos…

Mas, os amigos…

Ah! Eu enlouqueceria se perdesse todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não sabem o quanto são meus amigos…

E o quanto a minha vida continua a depender deles…

Não! Não preciso estar perto deles…

Nem mesmo de os procurar…

Eles sempre farão parte do mundo que eu construí…

E são os alicerces da vida maravilhosa que experiencio....

Basta-me, pois, saber que eles existem…

A minha única preocupação…

É não poder dizer-lhes o quanto os amo…

Mas, importante é que eu saiba disso…

E, sobretudo, sinta isso…

O declarar e não os procurar é apenas acessório…

E sim, cada vez que um morre…

Fico sem um pedaço de mim…

Morro, também, um pouco assim…”


(In "Hipersent...")

TEMPOS DE DESREGULAÇÃO EMOCIONAL…

 

                                                                                               ('Post' da Internet)


“Sabiam que o nosso cérebro tem duas formas básicas de processamento da informação?

- A primeira forma é mais instintiva, quase reflexa…

Uma reação imediata, geralmente explosiva…

A qual não passa pelo crivo do nosso juízo…

- A segunda reação, pelo contrário, é pensada, calculada…

Mesmo em situações de ‘alta pressão’…

Neste caso, o nosso ‘córtex pré-frontal’ e o ‘cíngulo anterior’…

Calculam e executam a melhor decisão…

Ou a melhor possível…

Enquanto o nosso ‘cérebro emocional’ dá cambalhotas de raiva…

O nome desta capacidade, é a ‘Regulação Emocional’!

Pois, porque trazemos este assunto hoje por aqui?

É que estamos a viver uma época em que, cada vez mais…

Assistimos a cenas lamentáveis de descontrolo…

E perda da capacidade de ‘Regulação Emocional’…

Com explosões inacreditáveis de raiva e agressividade…

Estamos a ser bombardeados na comunicação social e nas redes sociais...

Por mensagens e imagens...

Que estimulam a profundidade do nosso ‘cérebro emocional’…

A técnica é ‘estimular’ o nosso medo e o instinto de sobrevivência…

A sensação de medo, de ameaça iminente, desliga os circuitos da racionalidade…

O que permite o comportamento impensado…

Reflexo e direcionado a aniquilar aquele que nos ameaça ou ameaça a nossa família…

Passamos por um período em que esses circuitos foram ativados...

E levados ao stresse máximo…

Gerando reações paradoxais, com pessoas sem antecedente de explosões ou violência…

Está, pois, na hora de cicatrizar as feridas…

Diminuir o hiperestímulo…

Explicar que essas ‘provocações’ nos nossos medos e indignações mais profundos…

Estão a ter um efeito tóxico, separando amigos e famílias…

Trazendo à tona ódios que não são nossos…

Ou, se são, precisam de ser trabalhados com algum tipo de terapia…

Chega de manipulação dos nossos medos!

A essência do desenvolvimento psíquico é criar consciência…

A essência da psicose coletiva é transformar todos em bestas…

Que reagem sem pensar…

É nisso que você se quer transformar?”


(In "Crónicas Mundanas...")

10 novembro 2022

VOU CONTINUAR A AMAR-TE EM SEGREDO…

 

                                                                     (Fotografia da Internet)


“Um dia...

Depois de outro dia...

Este esperar não é mais do que...

Um modo de chegares...

E poder sentir a leveza do teu Ser...

Afinal… Apenas meu simples modo de te amar...

Dentro deste tempo...

Vou, pois…

Continuar a amar-te em segredo...

Ainda que esta ferida que rasga o meu peito me dilacere...

Ainda que te continue a procurar…

E não te encontre em lado nenhum...

E ainda...

Que os dias se estendam na distância...

E as noites adormeçam em solidão...

Ah! Mas ainda assim...

Vou continuar a amar-te em segredo...”


(In "Amar... O amor...")

O SILÊNCIO… O PRIMEIRO ENSINAMENTO…

 

                                                              (Fotografia da Internet)


“A natureza é cheia de sons, mas também de silêncios…

Talvez por isso...

A nossa primeira grande lição de socialização seja sobre o barulho e o silêncio…

Pois, quando nascemos, rebentamos numa explosão de prantos e gritos…

O silêncio significa geralmente que está tudo bem…

O barulho, o choro significa que algo está errado ou incompreendido…

A nossa segunda lição também está na dialética do silêncio e do barulho…

Ouvimos os ruídos das vozes dos nossos pais e aprendemos a linguagem…

Sem o silêncio da observação, não há o sentido na linguagem, apenas barulho…

Portanto, o silêncio é a essência da nossa aprendizagem…

Mas, entenda-se:

O som emitido pode ser uma mensagem ou não, dependendo do ouvinte…

Quando esse som não faz sentido para nós, é chamado ruído…

Quando faz parte do nosso universo simbólico, transforma-se em:

Fala, música, poesia, discurso, política, ciência etc…

Façamos, pois, do silêncio o ponto de partida para o nosso crescimento…

Para a nossa compreensão do mundo…

Neste mundo de ruído, é premente reaprendermos o tempo do silêncio e do som…

Cada momento de reflexão no silêncio pode gerar um som posterior…

Cada som pode gerar um silêncio…

Embora sejam antagónicos, eles são complementares…

É somente no silêncio que aprendemos a dar sentido aos sons…

Por isso, é fundamental abrir-nos para ouvir muito mais do que falar…

Neste mundo cada vez mais barulhento…

Cujos ruídos, onomatopeias urbanas fazem parte da nossa paisagem sonora…

É crucial pensar em silêncio…

Pois é no silêncio da nossa mente que se consolidam as mais barulhentas ideias…

E o silêncio é condição 'sine qua non' para que as pessoas dialoguem…”


(In "Crónicas Mundanas...")

09 novembro 2022

EXISTO!

 

                                                                                                            (Fotografia de Luís Borges)


“Qual viajante só...

Perdido no desconhecido dentro de mim...

Sigo por caminhos nunca dantes pisados...

Tenho como referência apenas os sinais da Terra...

E como estrada os seus mais altos cumes...

Ah! Sim só...

Mas, ainda assim, existo!

Que bela mensagem ressoa, pois, dentro de mim...

E ainda que a rocha impeça a passagem...

A dúvida levante o seu dedo...

E a mente cobarde conjure o medo...

O eco solta o seu aviso:

Ó explorador de sensações...

Ignora os limites...

Conquista o intransitável...

Pois em cada passo que firmas...

Mais forte ressoará dentro de ti a grande afirmação:

Existo!"


(In "A vida é uma caminho... E deixa rastros...")

RECEITA PARA A VIDA…

 

                                                                                                                  (Fotografia da Internet)


“Se me permites, gostaria de te dar uma receita:

Deita fora tudo aquilo que já não é essencial para ti…

Continua, simplesmente, a aprender…

Aprende qualquer coisa, mas não deixes o teu cérebro desocupado…

Aprecia as coisas simples da vida…

Ri sempre, muito e alto…

Ri até perderes o fôlego, mas não por completo!

Lágrimas? Ah! Essas também acontecem…

Tudo bem, chora, sente a dor…

Mas segue em frente…

A única pessoa que te acompanha a vida toda és tu mesmo…

Mantém-te, pois, bem vivo, enquanto viveres…

Rodeia-te sempre daquilo de que gostas:

Da tua família, dos teus animais, das tuas plantas, das tuas lembranças…

Ouve as músicas de que tu gostas…

O teu lar é o teu refúgio…

Aproveita a tua saúde…

Se for boa, preserva-a, se está instável, melhora-a...

Se está abaixo desse nível, pede ajuda…

Diz a quem amas, que realmente a amas, em todas as oportunidades…

E lembra-te sempre que:

A vida não é medida pelo número de vezes que respiras…

Mas pelos momentos em que perdeste o fôlego …

De tanto rir …

De surpresa …

De êxtase …

De felicidade!

Simples, não concordas?

Então, vais fazê-lo?”


(In "Crónicas Mundanas...")

08 novembro 2022

TODOS SOMOS FLORES!

 

                                                                                                           (Fotografia de Luís Borges)


“Se amas uma flor…

Não a recolhas…

Porque se o fizeres esta morrerá e deixará de ser o que amas...

Então, se amas uma flor…

Deixa-a simplesmente ser...

Pois... No amor... Com amor...

Nada se possui...

Mas antes...

Simplesmente apreciamos...

E cuidamos...” 


(In "Uma vida... E um par de botas...")

E QUANDO O AMOR ACABA?

 

                                                                                 (Fotografia da Internet)


“Como é triste, como dói, quando um grande amor acaba…

E… Será que é mesmo o fim?

Como termos a certeza de que a relação terminou… Definitivamente?

Há quem diga que o que é real não tem fim…

Que o amor quando é verdadeiro é para a toda a vida…

Mas na prática não parece que seja bem assim...

O afeto até pode ser para a vida inteira…

Mas a vontade de estar junto, de somar, de construir, não!

O amor pode ser eterno, mas para dividir a vida, as alegrias, as dores…

É preciso sentir prazer na partilha e gostar profundamente da companhia do outro…

É, pois, natural quando uma das partes muda o seu jeito de pensar...

Sentir e agir no mundo…

Que a compatibilidade ceda lugar à incompatibilidade…

E com isso, o prazer de estar junto esmorece…

Mas, nenhuma incompatibilidade é capaz de anular o amor que sentimos…

Nenhuma mudança, evolução ou crescimento de uma das partes…

É capaz de apagar a importância que certas pessoas tiveram e têm nas nossas vidas…

Às vezes acontece apaixonar-nos por um outro alguém…

E essa paixão roubar-nos de nós mesmos e de todos os que nos cercam…

Ou quem sabe, uma mudança de cidade, ou apenas um tropeço na calçada…

Se tudo pode acontecer a qualquer momento…

Se nunca somos os mesmos quando acordamos pela manhã…

Se um homem não se banha na água de um rio duas vezes…

Porque teimamos em não aceitar que o amor também se transforma…

E que assim também as relações amorosas às vezes terminam…

Pois… Talvez seja mesmo possível amar uma pessoa, mas não gostar mais dela…

E isso deixa qualquer um desorientado…

Traz uma sensação incomoda de traição…

Mas continuar a fingir que se ama é pior que fingir um orgasmo…

Então, o melhor talvez seja mesmo levantar a cabeça…

Manter a mente quieta, o coração tranquilo…

E cada um seguir o seu caminho…

Esvaziando o coração para que um novo amor possa entrar…

Não para ocupar o lugar do outro…

Mas para nos voltar a fazer a acreditar no amor…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

07 novembro 2022

METAMORFOSE NATURAL...

 

                                                                      ('Post' da Internet)


“Já não tenho mais abrigo…

Um simples porto ou, apenas uma morada…

Um lugar onde possa repousar o meu Ser adulterado…

Quanto eu conheci…

Quanto compreendi…

Muito… Apenas vi…

E agora estou sozinho…

Resta-me envolver-me no casulo natural…

Fazer-me crisálida e aguardar a metamorfose natural…

Pois, ela acaba sempre por chegar…

Ser gotícula de água, perfume de flor…

Ou, simplesmente, pó da terra que o vento leva…

Nem denso o suficiente para permanecer na terra…

Nem tampouco leve o bastante para subir aos céus…

E, simplesmente, pairar, rodopiar no ar…

Flutuar levemente sobre todas as coisas…

Sobre todos os conceitos, teorias ou ideologias…

Pois, a realidade com que me doutrinaram…

Não é mais do que um passatempo de sala de espera…

Do novo mundo que clama por mim…”


(In "Hipersent...")