A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

10 novembro 2022

O SILÊNCIO… O PRIMEIRO ENSINAMENTO…

 

                                                              (Fotografia da Internet)


“A natureza é cheia de sons, mas também de silêncios…

Talvez por isso...

A nossa primeira grande lição de socialização seja sobre o barulho e o silêncio…

Pois, quando nascemos, rebentamos numa explosão de prantos e gritos…

O silêncio significa geralmente que está tudo bem…

O barulho, o choro significa que algo está errado ou incompreendido…

A nossa segunda lição também está na dialética do silêncio e do barulho…

Ouvimos os ruídos das vozes dos nossos pais e aprendemos a linguagem…

Sem o silêncio da observação, não há o sentido na linguagem, apenas barulho…

Portanto, o silêncio é a essência da nossa aprendizagem…

Mas, entenda-se:

O som emitido pode ser uma mensagem ou não, dependendo do ouvinte…

Quando esse som não faz sentido para nós, é chamado ruído…

Quando faz parte do nosso universo simbólico, transforma-se em:

Fala, música, poesia, discurso, política, ciência etc…

Façamos, pois, do silêncio o ponto de partida para o nosso crescimento…

Para a nossa compreensão do mundo…

Neste mundo de ruído, é premente reaprendermos o tempo do silêncio e do som…

Cada momento de reflexão no silêncio pode gerar um som posterior…

Cada som pode gerar um silêncio…

Embora sejam antagónicos, eles são complementares…

É somente no silêncio que aprendemos a dar sentido aos sons…

Por isso, é fundamental abrir-nos para ouvir muito mais do que falar…

Neste mundo cada vez mais barulhento…

Cujos ruídos, onomatopeias urbanas fazem parte da nossa paisagem sonora…

É crucial pensar em silêncio…

Pois é no silêncio da nossa mente que se consolidam as mais barulhentas ideias…

E o silêncio é condição 'sine qua non' para que as pessoas dialoguem…”


(In "Crónicas Mundanas...")

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