A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

07 outubro 2022

TEMPORALIDADE URBANA...

 

                                                                    (Fotografia da Internet)


“Nós, Homens, sabemos que não controlamos o tempo…

Os constantes instantes que se tornam, afinal, a história do nosso quotidiano…

Também, por isso, o tempo pode ser encarado das mais diversas maneiras…

Baillard dividia o tempo em três tipos:

- O tempo cósmico, o tempo histórico e o tempo existencial…

O tempo cósmico, da natureza, sujeito ao cálculo matemático…

O tempo histórico, objetivado, pois a História o testemunha…

Mas no qual há censuras, face à sua profunda carga humana…

E o tempo existencial, tempo íntimo, interiorizado, mas não objetivado…

É o tempo do mundo da subjetividade e não da objetividade…

Mas, na urbanidade, estes tempos todos comunicam-se entre eles…

Na medida em que o tempo urbano também é social…

Para Heidegger, sem o Homem não existe tempo…

Pois, é deste tempo do Homem, do tempo social contínuo e descontínuo…

Que não flui de maneira uniforme, que hoje lhe vimos falar…

Ah! De quantos tipos de tempo poderíamos falar…

Do tempo matemático, do tempo cósmico, do tempo histórico, do tempo do relógio…

Em todos estes observamos uma evolução que é assinalável ao longo da História…

O relógio que foi descoberto num determinado momento da História…

Marca agora um tempo que é a medida desse mesmo relógio…

Mas que foi ocupado pela substância social…

O tempo individual, o tempo vivido, sonhado, vendido e comprado…

Tempo simbólico, mítico, tempo das sensações, mas com significação limitada…

Aquele que não é suscetível de avaliação se não referido a esse tempo histórico…

Tempo sucessão, tempo social, o ontem, o hoje, o amanhã…

Estas sequências, que nos dão as mudanças que fazem história…

Que criam as periodizações, isto é, as diferenças de significação…

Mas se quisermos aprofundar-nos mais no tempo… Ou sobre o tempo…

Precisaríamos de distinguir entre o tempo como sequência – o transcurso…

Do tempo como raio de operações – o espaço…

E o tempo como rapidez de mudanças, como riqueza de operações…

Aí se vê que o tempo aparece como sucessão, permitindo a tal periodização…

Depois aparece como raio de operações, isto é, o tempo que nos é concomitante…

Ou que foi contemporâneo de uma outra geração…

E são estas duas aceções de tempo que nos permitem perceber o tempo na urbanidade…

Há uma ordem do tempo que é a das periodizações…

Na urbanidade atual, a ideia de periodização está muito presente…

É presente nas cidades que encontramos ao longo da História…

Porque cada uma delas nasce com características próprias…

Ligadas às necessidades e possibilidades da época…

E é presente no presente, à medida que o espaço é formado pelo menos de dois elementos:

A materialidade e as relações sociais…

A materialidade, que é uma adição do passado e do presente…

Porque está presente diante de nós, mas traz-nos o passado através das formas…

Na realidade, a paisagem é toda ela passado…

Porque o presente que escapa das nossas mãos, já é passado também…

A técnica é, pois, também, sinónimo de tempo:

Cada técnica representa um momento das possibilidades da realização humana…

E é a técnica que nos traz as periodizações…

Que nos permitem reconstituir a paisagem…

Neste caso, a acumulação de tempos desiguais, que é a paisagem urbana…

Como ela chegou até nós…

Este momento no qual vivemos, é, pois, de uma sociedade sincrónica, integral…

Na qual o homem vive sob a obsessão do tempo…

Sociedade essa que é, ao mesmo tempo, 'cronofágica'…

E é nesta sociedade 'cronofágica', à qual o tempo cede...

Que nós encontramos a urbanidade…

As cidades de hoje são como organismos fantasticamente complexos...

Administrar uma população imensa depende de um só fator: o tempo!

E os programadores tornaram-se nos senhores absolutos da cidade…

Em breve, a totalidade da existência de cada um...

Será administrada por mais um ministério:

O Ministério do Tempo!

Já se questionaram porque a urbanidade não ostenta mais os seus relógios?

Sim, ainda existem cidades que têm os seus relógios…

Mas esses relógios são apenas mais uma mostra da modernidade…

Por isso, já nem são meras cidades, mas antes 'cronópolis'…

É que tiveram de se adaptar às assincronias e as dessincronias que se estabeleceram…

O império do tempo é muito grande sobre nós…

Mas é, sobre nós, diferentemente estabelecido…

Nós, Homens, não temos o mesmo comando do tempo na cidade…

O que quer dizer que, paralelamente a um tempo que é sucessão…

Temos um tempo dentro do tempo, um tempo contido no tempo…

Um tempo que é comandado, aí sim, pelo espaço…

Nesse momento em que o tempo aparece como havendo dissolvido o espaço…

E alguns o descrevem assim, a realidade é exatamente oposta…

O espaço impede que o tempo se dissolva

E qualifica-o de maneira extremamente diversa para cada ator…

É verdade que Kant já havia escrito também…

Que o espaço aparece como uma estrutura de coordenação desses tempos diversos…

O espaço permite que os Homens com temporalidades diversas…

Coexistam na mesma cidade, não de modo harmonioso, mas de modo harmónico…

E também atribui a cada Homem…

Formas particulares de comando e de uso do tempo…

Formas particulares de comando e de uso do espaço…

Não fosse assim...

A urbanidade não permitiria a convivência do Homem pobre com o Homem rico…

Isto só é possível porque há um tempo dentro do tempo…

Quer dizer, o recorte sequencial do tempo…

Nós temos um outro recorte, que é aquele que aparece como espaço…

Esta temporalização, digamos assim, prática, aparece nos contextos…

Ou na sucessão de contextos, onde o tempo…

À imagem de Einstein, se confunde com o espaço…

O espaço é tempo, concebendo a técnica como tempo…

Incluindo entre as técnicas, não apenas as técnicas da vida material...

Mas as técnicas da vida social…

Que vão permitir-nos a interpretação de contextos sucessivos…

De tal maneira que o espaço aparece como coordenador...

Dessas diversas organizações do tempo…

O que permite, por conseguinte, nesse espaço tão diverso…

Essas temporalidades que coabitam no mesmo momento histórico...

De tal maneira que temos de trazer à reflexão...

As noções de tempo longo e de tempo curto…

Ou mesmo de tempo rápido e tempo lento…

É que a urbanidade é o palco dos atores mais diversos que nela coexistem…

Alguns movimentam-se segundo um tempo rápido, outros, segundo um tempo lento…

De tal maneira...

Que a materialidade que possa parecer como tendo uma única indicação…

Na realidade não a tem...

Porque essa materialidade é atravessada por esses atores, esses Homens…

Segundo o tempo, que pode ser lento ou rápido…

Tempo rápido é o tempo do Homens hegemónicos…

E o tempo lento é o tempo dos Homens hegemonizados…

A economia pobre trabalha nas áreas onde a velocidades é lenta…

Quem necessita de velocidade rápida é o Homem hegemónico…

É para esta classe que tem, por exemplo...

Significação as grandes avenidas urbanas, ou as autoestradas…

E é o Homem rico que as usa melhor…

Hoje querem que viajemos muito depressa…

Foram criadas as condições materiais para que o tempo gasto na viagem seja curto…

Já no suburbano, o Homem pobre anda mais devagar…

Pois, não há uma materialidade que favoreça o tempo rápido…

Aqui, a materialidade impõe antes um tempo lento…

Ou seja, o Homem pobre vive dentro da cidade sob um tempo lento…

São temporalidades concomitantes e convergentes…

Que têm como base o facto de que também os objetos têm uma certa temporalidade…

Sim, os objetos também impõem um tempo aos Homens…

A partir do momento em que criamos objetos…

Depositamo-los num lugar e eles passam a conformar-se a esse lugar…

Passam a dar, digamos assim, a cara do lugar…

Esses objetos impõem à sociedade ritmos, formas temporais do seu uso…

Das quais os Homens não podem furtar-se e que terminam, de alguma maneira...

Por dominá-los…

Não que os objetos deixem de ser obedientes e passem a nos comandar…

Os objetos comandam-nos de alguma maneira…

Mas esse comando dos objetos sobre o tempo...

Consagra essa união entre o espaço e o tempo…

Mas, evidentemente, não o espaço e o tempo dos Homens como nós…

Que tentam viver à margem da urbanidade temporal…”


(Inédito)

06 outubro 2022

ENQUANTO PROFESSOR... SÓ ENSINEI O QUE SABIA...

AINDA QUE ATRASADO, POIS ONTEM, DIA 5 DE OUTUBRO, FOI DIA MUNDIAL DO PROFESSOR,,,

DEIXO, ENTÃO, TAMBÉM ENQUANTO PROFESSOR A MINHA MAIS SINGELA HOMENAGEM A ESSES 'OBREIROS DO PORVIR'...


                                                              (Fotografia da Internet)

“Durante a minha carreira docente ensinei apenas aquilo que sabia…

Sim, partilhei com os meus alunos o meu saber…

Mas hoje… Depois de tantos anos a ensinar…

Percebi que não fiz nada de mais…

Os meus alunos que hoje se tornaram Homens…

Continuam a construir casas, a abrir estradas, a trabalhar campos, a gerar filhos…

Ou seja, limitam-se a viver a vida quotidiana, com as suas alegrias e tristezas…

Afinal, eu apenas perpetuei mais um padrão deste mundo…

Sim, ensinei-lhes alguns mapas do mundo que nos rodeia…

Mas, esqueci-me de lhes mostrar outros mapas bem mais importantes:

- Os mapas dos céus, os mapas das gentes, os mapas da alma…

É que com esses, eu poderia ter-lhes ensinado a andar sem medo…

Pisando sempre a terra firme…

De que valeu, pois, eu ensinar a andar por caminhos conhecidos?

Não! O melhor que eu deveria ter feito, era calar a boca e nada mais dizer…

O que eu me deveria ter limitado a fazer, era dar asas…

Asas que eles imaginaram apenas ter visto em sonhos…

É que todos os Homens são seres alados por nascimento…

E só se esquecem da sua maior vocação quando enfrentam as alturas…

Ainda enfeitiçados pelo conhecimento das coisas já sabidas…

Pois… Eu apenas ensinei o que sabia…

Quando deveria ter ensinado o que não sabia: o desconhecido!

Sim, sei que era e é muito difícil fazê-lo…

Pois, o horizonte torna-se imenso e escuro…

Onde a luz do sol demora a chegar…

Mas um ser alado precisa da ilusão do horizonte…

Ao invés da solidez da terra monótona, qual fraca ilusão…

Ah! É preciso voar!

Deixar atrás a terra dos pais e dos avós…

E buscar a terra do porvir, ainda não vista, desconhecida…

Mas, para aquele professor que hoje sonhar em ensinar assim…

Saiba que para esta aventura os mapas que nos ensinaram já não servem mais…

E muito menos todos os diplomas que se tiver…

E mais alerto:

Será doloroso perceber a inutilidade de todo o saber aprendido…

É que para os nossos alunos aprenderem a voar, só precisam de apenas uma coisa:

Dos seus sonhos!

Pois, os sonhos são os mapas dos viajantes que procuram novos mundos…

E é na busca dos sonhos que os nossos alunos terão de construir um novo saber…

Que nem nós mesmos sabemos…

E os seus pensamentos terão de ser também outros, diferentes daqueles que nós temos…

O nosso saber é apenas um pássaro engaiolado…

Que pula de poleiro em poleiro…

Ah! Mas dos sonhos saem pássaros selvagens…

Que nenhuma Educação pode domesticar…

No meu caso… O meu saber ensinou-os apenas a andar por caminhos sólidos…

Sim, indiquei-lhe as pedras mais firmes…

Aquelas onde eu pensava poderem colocar os seus pés, sem medo…

Mas, e quando eles precisarem de caminhar por um rio com pedras incógnitas?

É aqui que reside o busílis da questão:

Importa ter um corpo movido pelo sonho, ou um corpo movido pelas certezas?

Pois… Confesso, não fui lá grande professor...

Apenas ensinei os meus alunos a marchar…

E, infelizmente, é isto que ainda hoje se ensina na Escola…

Caminhar com passos firmes…

Não saltar nunca sobre o vazio…

Tudo tem de ser construído sobre (supostas) fundações sólidas…

Mas, esquecemo-nos que neste ensino de rigor, desaprende-se o fascínio do ousar…

E, mais…

Inclusive, até se desaprende mesmo a arte de comunicar…

Todos se atrevem a falar, mas se solidamente apoiados na autoridade…

Sim, também a Escola e a Universidades têm os seu papas...

Os seus dogmas e as suas ortodoxias…

Ou não fosse o ‘grande’ sucesso de qualquer carreira académica...

Aprender a fazer tudo o que os mestres ditam…

Não! Com Zaratustra, aprendi que para se aprender a pensar...

É preciso primeiro aprender a dançar…

Quem dança com as ideias descobre que pensar é alegria…

E se hoje percebi que o pensar deu mais tristeza aos meus alunos…

É porque eles só sabem marchar, quais soldados em ordem unida…

Não! A partir de hoje vou ensiná-los a saltarem sobre o vazio…

E, sobretudo, a não terem medo da(s) queda(s)…

Não foi também assim que se construiu a ciência?

Não pela prudência dos que marcham, mas pela ousadia dos que sonham…

Ah! Todo o conhecimento começa com o sonho…

O conhecimento nada mais é do que a aventura pelo céu desconhecido…

Em busca da terra sonhada…

Mas sonhar é coisa que não se ensina…

Por isso, hoje, enquanto professor que ainda sou…

Só passarei a pedir uma coisa aos meus alunos:

«Contem-me os vossos sonhos, para que sonhemos juntos!»”


(Inédito)

SE EU NÃO VOLTAR MAIS POR AQUI...

 

                                                      (Fotografia da Internet)


“Se eu não voltar mais por aqui...

Não! Não haverão mais recomeços…

Nem mais pôr do sol, nem luar...

Mas… Ficarão coisas boas…

E sim, outras menos boas...

Ficará o meu sorriso...

O amor? Ah! Perdoem-me, mas esse levá-lo-ei comigo!

Ainda que deixe por cá muitos amores...

Só fico triste porque nesta passagem efémera…

O meu coração não encontrou o amor ‘pra’ vida...

Aquela alma que encaixaria na minha...

Talvez, por isso, sofri tanto por desamor...

E fui apunhalado por desilusões...

Sim, confesso também, errei muito e tantas vezes...

E muitas vezes a vida me deitou ao chão…

Mas outras tantas me levantei sem conta...

É! Perdi-me…

Mas, também, fui um achado...

Ainda que pudesse ter sido mais...

Mas… Se eu não voltar por aqui amanhã…

Saibam que…

Fui feliz... Ainda que, por vezes, infeliz…

Chorei… E ri…

 Iludi-me… E desiludi…

Enganei-me… E fui enganado…

Mas como disse:

Amei… Amei muito! E fui amado…

Por isso, se eu não voltar por aqui amanhã…

É porque parti… E com alguma satisfação…

Pois, a verdade sempre fez parte de mim…

E, talvez por isso…

O meu coração (também) parta… Em paz!”


(Inédito)

05 outubro 2022

SE EU PUDESSE VOLTAR A TRÁS...

 


“Se eu pudesse voltar atrás na minha vida…

Ah! Como eu teria cometido mais erros…

Corrido mais riscos…

Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais….

Na verdade, poucas coisas teria levado tão a sério…

E, sobretudo… Teria contemplado mais entardeceres…

Teria subido mais montanhas…

Teria ido a mais lugares onde nunca fui…

Como fui tão ignorante em não perceber que só temos o momento….

Amigos… Não percam o agora!

Quando comemoramos mais um aniversário, dizemos:

Vou fazer tantos anos…

Mas que grande engano!

Deveríamos era dizer:

Estou a ponto de ‘desfazer’ mais um ano!

É que a celebração de mais um ano de vida é a celebração de um desfazer…

Um tempo que deixou de ser…

Não existe mais…

Não entendo, pois...

A razão de se parabenizar um aniversariante por mais um ano de vida…

Não deveríamos antes, invocar os anos ainda não vividos, cujo número não sabemos?

Ah! Se eu pudesse viver a minha vida novamente…

Eu quereria vivê-la com mais desenganos, fracassos e equívocos….

Mas que ninguém entenda que eu não fui feliz…

Claro que tive muitos momentos de alegria…

Mas, se pudesse voltar atrás, trataria de ter somente bons momentos…

Porque, de facto, a vida é feita de momentos…

Ainda assim, vivo um crepúsculo bonito…

E apesar de muitos sofrimentos no caminho…

Estou onde estou pelos caminhos e descaminhos que percorri…

Por mais que planeasse a minha vida…

Cheguei… Onde cheguei…

Estou onde estou porque todos os meus planos deram errado…

As pontes que construí para chegar onde eu queria ruíram uma após a outra…

Fui, pois, sendo obrigado a procurar caminhos não pensados…

Sim, escorreguei…

Mas, diga-se em abono da verdade:

A vida também me empurrou!

Fui, literalmente, obrigado a fazer o que não queria…

E sofri na pele a dor da solidão e da rejeição…

Mas sabem…

Foi esse espaço de solidão na minha alma…

Que me fez pensar coisas que de outra forma eu não teria pensado...

Como eu disse…

Cheguei onde estou por caminhos que não planeei…

E este… Aqui, agora…

É um lugar feliz com o qual nunca sonhei…

Pois, é melhor viver errado a coisa certa do que viver certo a coisa errada…

E, pelo meio…

Plantei árvores, escrevi livros, tenho alguns amigos…

(Não, não tive filhos)...

Mas, sobretudo, gosto muito de brincar e de me rir…

Que mais posso desejar?

Se eu pudesse voltar atrás novamente…

Eu teria vivido a minha vida como a vivi…

Porque estou feliz onde estou…

E como sou!”


(Inédito)

04 outubro 2022

PEDRAS SAGRADAS...

 

                                                                                                         (Fotografia de Luís Borges)


“Pedras...

Vós que sois bênção ancestral...

Porque não me segredais nos meus sentidos...

Sobre os primórdios da Terra?

Sim, sois pedras sagradas...

Lavadas pelas chuvas...

Queimadas pelo sol...

Ah! Como eu desejaria sobre o meu túmulo...

E no silêncio da morte...

Pedras vivas como vós...

E eu... Talvez assim...

Pudesse ter uma fala definitiva convosco...

Sobre o Universo...

Sobre a Terra... Sobre a Vida...

E a morte!"


(In "A vida é um caminho... E deixa rastro...")

PARAR... É PRECISO!

 

                                                                                                                            ('Post' da internet)


“Descontinuar, abrandar, parar…

Sim, para continuar, é preciso parar…

Se não o fio emaranha-se, a energia finda… E o amor cansa-se…

É verdade, o tempo nunca pára…

Mas também não sente e não muda o ritmo…

Nós, que vivemos dentro da dança do tempo…

Precisamos de pausas e descansos para retomar a marcha do porvir…

De vez em quando saímos da rota, perdemos a bússola…

E deixamos a vida à deriva…

Perdemos a motivação, sentimos medo…

Sofremos, temendo que desta será definitivo…

E que por fim a exaustão nos quebrará...

Mas não… A vida só nos está a pedir uma pausa…

Pausa para retomar as forças…

Para encher o peito de coragem…

Pausa para encadear os pensamentos…

Renovar o que se justifica e descartar o lixo…

Pausa para estar só… E sentir-se só...

E estar só ajuda a refletir…

E depois…

A pausa ajuda a entender que as pausas são a reposição do fôlego perdido nas perdas…

Sejam elas de tempo, energia, dinheiro, esperanças, ilusões, confiança, fé...

Ah! As pausas renovam e curam…

O ritmo restabelece-se, as cores voltam, e com elas, o alento para encarar o novo…

Sim, porque o novo só chega após uma pausa…

Porque um remendo será sempre a parte mais frágil de um todo…

Porque é preciso romper para recomeçar, findar os ciclos…

E deixar o silêncio formular as respostas que ainda não temos...

Não, uma pausa não é um adeus…

É apenas um até breve…

Um vou ali e volto já…

Afinal…

Um reencontro a sós para formular novas respostas e planos para o que há de vir…”


(Inédito)

03 outubro 2022

TEMPESTADE DE DESEJO...

 

                                                                                    ('Posto' da Internet)

“Adoro o teu sorriso…

Como são belas as palavras que escreves nos teus lábios…

És sonho que me empurra para o futuro…

E me tira das vielas escuras do meu passado…

Mostraste-me, de novo, a alegria de viver…

Por isso, decidi desligar o relógio do tempo…

E agora oriento-me unicamente pelo calendário do nosso amor…

Ressalvando os dias que gastamos a trocar beijos…

Ah! Que bom que é seguirmos este ritmo da nossa paixão…

Paixão que nos serve de alimento…

Meu amor… Deixa que o meu olhar se perca no teu…

Deixa-me dizer-te palavras mudas...

Que sei que para ti serão como gritos de desejo…

Anda… Vamos jogar este belo jogo de sedução…

Desenhemos muitas palavras em nós...

Para que os nossos corpos se entendam na perfeição…

Deixando-se também eles levar por esta onda de paixão…

Sim, estamos em plena tempestade de desejo…

Em que as palavras se transformam em beijos…”


(Inédito)

01 outubro 2022

FAZER AMOR...

 

                                                                     ('Post' da Internet)


“Fazer amor… Ou apenas amar…

E com a líbido animal alimentar o amor para que sejamos mais humanos…

Aprender a olhar nos olhos e perscrutar o amor interior…

Sim, aquele que reside na nossa alma…

Trocar carinho, expressões, sensações…

Ah! E receber também…

Fazer amor não são apenas corpos que se tocam…

É como uma comunhão entre almas…

E quando assim acontece, o amor expande-se ainda mais…

E o prazer, a alegria fundem-se num momento sagrado…

Em que dois seres se transformam em UM...”


(Inédito)

MITO...

 

                                                                                                                         ('Post' da Internet)


“O que é Mito?

Quem é que sabe…

Alguns dizem que é a expressão do inconsciente…

Mas, o mito é como uma espécie de caminho…

É que se partirmos do mito, chegamos onde quisermos…

Eu cá, sou fascinado pelo mito de Dionísius…

Dionísius, Filho de Deus nuns mitos…

Filho de uma mulher mortal noutros…

Se não conhecermos os mitos jamais entenderemos, por exemplo, a loucura…

Por isso Dionísius está muito presente na atualidade em que vivemos…

Ainda que um Dionísius muito sombrio…

Pois, a componente ‘mal’ da psique parece que anda à solta por aí…

Afinal, a componente profunda que existe em todos nós…

É que estamos perante a ausência de um elemento fundamental da psique:

- O elemento feminino, que é a Sófia…

Vivemos um período muito sem amor, muito sem compaixão…

Não que Dionísius seja uma figura permanentemente manchada pelo mal…

Muito do Dionísius sadio persiste também, felizmente…

Ai de nós se uma grande parte de Dionísius sadio não permanecesse viva…

Mas, a parte da componente ‘mal’, que existe em todos nós, anda mesmo desvairada…

Temos de aceitar o mal, mas não podemos deixá-lo solto…

A ponto de sufocar as outras componentes da psique que compõem o bem…”


(Inédito)

SERENIDADE DE SER...

 

                                                                                   (Fotografia da Internet)


“Nem tudo o que quero, posso ter…

Por mais forte que seja a dor, nada dura para sempre…

O sofrimento não mata, mas forja-nos o caráter…

E não, a solidão também não mata ninguém…

Ainda que eu prefira semear nas pessoas…

Mesmo que me continuem a tratar mal…

São estes princípios de vida?

Não!

São meu simples modo de Ser…

De viver…

Sendo…

E deixar que o universo flua…

E conspire também a meu favor…”


(In "Hipersent...")

NUNCA TE DEIXAREI CAIR!

 

                                                                 (Fotografia da Internet)


“Sim, a vida, tal como o amor…

Nem sempre são um conto de fadas…

E depois… Eu também não sou um herói…

Mas, serei o que tu quiseres…

E até os teus desacertos serão para mim provas de amor…

Só peço que me fales de todos os teus medos…

Que sussurres sobre os teus desenganos ao meu coração…

Ah! E que tenhamos momentos só nossos…

Não te preocupes, então…

Pois, eu nunca te deixarei cair…

Poderás estar nos teus piores dias…

Ou até nos teus melhores dias…

E nesses, nem te lembrares de mim…

Ainda assim… Eu continuarei a me importar contigo…

Pois só não cuidamos o que não é importante nas nossas vidas…

Pode passar o tempo que for…

Por mais longe que eu esteja…

Eu nunca te deixarei cair…

Anda… Agora sente o meu abraço…

Segura as minhas mãos…

Para quando um dia te sentires cair…

Saberes que estás segura nesta sensação…

E, assim, puderes confiares em mim…

Naquele que nunca te deixará cair…”


(Inédito)

HOMENS MARAVILHOSOS... PRECISAM-SE!

 

                                                                                            ('Post' da Internet)


“Ó mulheres não digam que já não há homens maravilhosos…

Sim, admito não é fácil de os encontrar…

Sobretudo, aquele que entra na vossa vida, disposto a pegar na vossa mão…

E dizer: «vamos eu quero caminhar contigo!»

Mas acreditem, ainda há homens sem más intenções...

Aquele que dá segurança…

E vos faz sentirem-se lindas, inteligentes, sexies…

E também amadas, respeitadas e desejadas...

Aquele que vos dá mais carinho do que problemas…

Aquele que ainda sabe ser cavalheiro e é romântico...

Aquele que vos guarda como um tesouro...

Não? Acham que não?

Ah! Eu cá acho que sim… Que há ainda alguns por aí…

Talvez perdidos, quem sabe…

E se por acaso alguma de vós o encontrar...

Só peço que o valorize e lhe corresponda da mesma maneira…

Assim, talvez se possa dizer que duas almas se reencontraram…”


(Inédito)