“Descontinuar,
abrandar, parar…
Sim,
para continuar, é preciso parar…
Se não
o fio emaranha-se, a energia finda… E o amor cansa-se…
É
verdade, o tempo nunca pára…
Mas
também não sente e não muda o ritmo…
Nós, que vivemos dentro da dança do tempo…
Precisamos
de pausas e descansos para retomar a marcha do porvir…
De
vez em quando saímos da rota, perdemos a bússola…
E
deixamos a vida à deriva…
Perdemos
a motivação, sentimos medo…
Sofremos,
temendo que desta será definitivo…
E que
por fim a exaustão nos quebrará...
Mas
não… A vida só nos está a pedir uma pausa…
Pausa
para retomar as forças…
Para
encher o peito de coragem…
Pausa
para encadear os pensamentos…
Renovar
o que se justifica e descartar o lixo…
Pausa
para estar só… E sentir-se só...
E
estar só ajuda a refletir…
E
depois…
A pausa
ajuda a entender que as pausas são a reposição do fôlego perdido nas perdas…
Sejam
elas de tempo, energia, dinheiro, esperanças, ilusões, confiança, fé...
Ah! As
pausas renovam e curam…
O ritmo
restabelece-se, as cores voltam, e com elas, o alento para encarar o novo…
Sim,
porque o novo só chega após uma pausa…
Porque
um remendo será sempre a parte mais frágil de um todo…
Porque
é preciso romper para recomeçar, findar os ciclos…
E deixar
o silêncio formular as respostas que ainda não temos...
Não,
uma pausa não é um adeus…
É apenas
um até breve…
Um vou
ali e volto já…
Afinal…
Um
reencontro a sós para formular novas respostas e planos para o que há de vir…”
(Inédito)
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