A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

26 outubro 2022

SOU ESCRAVO DA TUA PAIXÃO!

 

                                                                                                                 (Fotografia da Internet)


“Hoje, meu amor…

Hoje quero amar-te às cegas…

Sem tempo, sem lugar…

Quero amar-te em silêncio…

Revelar-te o mais profundo dos meus segredos…

Sem ser preciso dizer nada…

Apenas, sentir tudo…

Anda, meu amor, recebe-me sem medo…

Sem qualquer pudor…

Sacia em mim todos os teus instintos mais obscuros…

Satisfaz-te plenamente…

Oferece-me cada orgasmo como se fosse o último…

Cada gemido como se fosse tudo…

Hoje… Hoje meu amor…

Necessito-te bem junto a mim…

Deixa-me abrir a tua Alma…

Penetrar o teu coração…

Fazer-te minha com devoção…

E ser o dono da tua perversão…

Pois, sou escravo da tua paixão!”


(In "O amor... Sempre o amor...")

DA PALAVRA… À POESIA…

 

                                                                     ('Post' da Internet)


“Não, não me lembro da primeira palavra que proferi…

Mas sei que a palavra me libertou…

Pois, enquanto me alfabetizava, desterrei-me de múltiplos conteúdos…

É que a escola sistematiza-nos, formata-nos…

Daí descobri que a palavra é um instrumento poderoso…

Tanto para a expressão, como para reagir a qualquer tipo de opressão…

E da palavra passei para a poesia…

A poesia fala do sentimento e do que nos vai na mente…

E com ela tenho tentado unir a emoção com a razão…

Mas não com formatação, apenas com intuição…

A descoberta da poesia foi, pois, para mim a descoberta da palavra e do seu poder…

Não a palavra fria do dicionário, até porque dessas conheço poucas…

Sou mais adepto daquelas palavras do quotidiano… Do mundano…

As palavras vivas da experiência, da existência, do confronto com a vida…

E eu, que apenas sinto…

Consegui através da poesia…

Fazer o lugar do pensamento do meu coração…”


(In "Crónicas Mundanas...")

25 outubro 2022

RESGATA-TE... Ó HOMEM!

 

                                                                                                            (Fotografia de Luís Borges)


"Liberta-te Ó Homem de todas as ideologias...

De todos os dogmas...

Das roupagens com que te fizeram vestir…

Liberta-te de todos aqueles…

Que tentam fazer acreditar que as ideias deles…

Deverão ser também as tuas…

Liberta-te de tudo o que é exterior a ti...

E que te suga até ao âmago do teu Ser…

Aprende a pensar por ti mesmo…

Ouve o teu coração…

Sê tu mesmo!

Ou cairás num eterno vazio de ti mesmo…

Deambulando por uma vida que fica por viver…

Condenado a ser sucessivamente o que os outros foram…

E desejam que tu espelhes…

Ah! Resgata-te!

Resgata-te de vez…

Resgata a tua profundidade...

A tua essência...

A tua individualidade…

E honra-te por isso…

Aí, poderás dar início…

Ao teu nobre caminho da liberdade!"


(In "Uma vida... E um par de botas...")

PRECISO DE TEMPO… TEMPO PARA TE ESQUECER…

 

                                                                                                                (Fotografia da Internet)


“Amo-te… Amo-te tanto!

Amo-te tanto que a única saída que encontrei foi esquecer-te…

Esquecer-te como se nunca tivesses existido…

Apagar-te para sempre do passado que não quero mais lembrar…

Por isso, hoje, apenas anseio em voar…

Ganhei asas e fui à procura de outros sonhos…

E quem sabe, encontre outros braços para abraçar…

Mas, não… Não está fácil, ainda assim…

Peço, pois, ao tempo...

Para me emprestar tempo para te esquecer…

Eu e ele percorremos cada qual o seu percurso…

E assim, pelo menos eu…

Eu tenho todo o tempo do mundo para te esquecer…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

O IMPÉRIO DO CONSUMO…

 

                                                                                                                         ('Post' da Internet)


“No império do consumo, a cultura do efémero condena tudo ao desuso mediático…

Tudo muda ao ritmo vertiginoso da moda…

As coisas envelhecem num piscar de olhos…

Para serem substituídas por outras coisas de vida fugaz…

Sim, vivemos hoje numa ditadura da uniformização obrigatória…

Que impõe um modo de vida que reproduz seres humanos…

Quais fotocópias do consumidor exemplar…

São os tempos da produção em série…

Da febre compradora sem remédio…

A nova aventura que começa e termina no écran do televisor…

É todo um novo mundo de endividamento…

Em que todos se endividam para ter coisas… E mais coisas…

Ou talvez, apenas mais dívidas para pagar mais dívidas…

É um mundo descartável…

Cheio de mercadorias de vida efémera…

Mundo, afinal, de desperdício disfarçado de liberdade para todos…

Mundo de insónia, pela ansiedade de comprar e pela angústia de pagar…

Ah! Gente infeliz que vive permanentemente a comparar-se!

A dor de já não ser, abriu passagem à vergonha de não ter…

Mas quanta invisível violência dos mercados…

Em que a diversidade é inimiga da rentabilidade e a uniformidade manda…

Eis, pois, a civilização que confunde a quantidade com a qualidade…

Que confunde o lixo disfarçado de comida com a boa alimentação…

A globalização do hambúrguer, a ditadura do ‘fast food’…

Do bebam lá cada vez mais Coca-Cola e cada vez menos água…

 Enquanto o tempo de lazer vai-se tornando também tempo de consumo obrigatório…

Tempo livre, tempo prisioneiro…

Em que muitas casas não têm cama, mas têm televisor…

E o televisor tem a palavra…

Esse animal que prova a vocação democrática do progresso…

Não escutando ninguém, mas falando de todos… E para todos…

Os peritos souberam, pois...

Converter as mercadorias em conjuntos mágicos contra a solidão…

A cultura do consumo fez da solidão o mais lucrativo dos mercados…

As angústias enchem-se atulhando-se de coisas, ou sonhando fazê-lo…

E assim, hoje, as coisas não só podem abraçar…

Como elas também podem ser símbolos de ascensão social…

E enquanto isso…

A população mundial urbaniza-se, os camponeses tornaram-se cidadãos…

Hoje temos campos sem ninguém e enormes formigueiros urbanos…

Não, Deus já não está em toda parte, mas apenas nas grandes cidades…

Pois é nas cidades que a vida ocorre… E chama…

Curiosamente, onde o trabalho falta e os braços sobram…

Onde as relações humanas foram reduzidas a relações entre coisas…

As gentes tornaram-se coisas…

E o mundo inteiro é um grande écran de televisão…

Onde todas estas coisas se olham mas não se tocam…

As multidões viajam pelo mundo em escadas rolantes mecânicas…

Ocorrem, em peregrinação, ao templo maior das missas do consumo…

Sim, o ‘center’, o ‘shopping center’...

Onde a maioria dos devotos contempla, em êxtase…

Mais coisas que os seus bolsos não podem pagar…

Lavados, passados e penteados, vestidos com as suas melhores roupas….

Os transeuntes vêm a uma festa onde todos são convidados…

Todos viajam na cápsula espacial que percorre o universo do consumo…

Onde a estética do mercado desenhou uma paisagem alucinante de modelos...

Marcas e etiquetas...

Até o dinheiro voa hoje à velocidade da luz…

Ontem estava ali, hoje está aqui, amanhã, quem sabe…

Será que Deus decidiu privatizar o mundo?

Harre! Para que outro mundo me poderei mudar?


(In "Crónicas Mundanas...")

24 outubro 2022

SER... SER MULHER... HOJE... E SEMPRE!

 

                                                                               ('Post' da Internete - Quadro de Mondigliani)

 

“Mulher…

Se te dessem a oportunidade de poderes mexer na roda do tempo...

E voltares atrás...

Diz-me... Mulher…

O que mudarias na tua Vida?

Diz-me...

Deixar-te-ias... De novo...

Cair na tentação de te tornares na mulher perfeita?

Na mãe perfeita... Na amiga perfeita... Na profissional perfeita...

Deixar-te-ias... De novo...

Pressionar para seres, simplesmente, também tu bem-sucedida?

Diz-me...

Preferirias continuar a construir a tua longa lista dos afazeres quotidianos...

Ou, preferirias...

Simplesmente deixar de fazer...

Nada ter que fazer?

Dares-te, afinal, apenas mais tempo a ti própria...

Para fazeres coisas verdadeiramente importantes para ti...

Ah! Estenderes pela noite dentro aqueles beijos de simples boa-noite...

Deixares de reclamar todas as manhas por te levantares cedo da cama...

Quando podias passar um pouco mais de tempo com o teu amado...

Ou, simplesmente, contigo própria...

Passares momentos mágicos com os teus bebés... Bem junto ao teu corpo...

Antes que eles se tornem grandes de mais para permanecerem no teu colo...

E dançar...

Lembras-te?

Dançar até que as pernas te doessem...

E ainda assim...

Continuar como se não houvesse amanhã...

Pois... Mulher... Hoje...

Por favor...

Não Te esqueças... Hoje... Do Ser Humano que és!

Ah! E esquece, por momentos também, o humano...

Preocupa-te, enquanto ainda podes, em simplesmente... Ser!

Perde-te!

Nem que seja por um momento...

Perde-te em ti mesma!

Fica em paz com o mundo...

Mas... Fica em paz, sobretudo, contigo!

E já que poucos o são...

Sê ao menos tu... Gentil contigo própria!

Acarinha-te... Ama-te profundamente!

Deixa ir...

Deixa ir tudo...

Mas tu...

Fica!

Tu... Acredita em ti!

E passa mais do teu precioso tempo...

Sendo...

Do que fazendo!”


(In "Hipersent...")

'CHAMA GÉMEA' QUÂNTICA...

 

                                                           (Fotografia da Internet)


“Nós, humanos, somos a mais perfeita representação do TODO…

Somos o microcosmos da fonte eterna de energia geradora…

Somos o reflexo perfeito de Deus…

Trazemos em nós a nota única, irrepetível, exclusiva… O DOM!

O germe da expansão da fonte, a potência criadora de mundos em cada um de nós…

Infelizmente, nesta dimensão…

A lei da dualidade provocou a ilusão de separação das polaridades da mesma nota…

Alguns chamam-na ‘Chamas Gémeas’…

As quais quando se reúnem, provocam no Ser uma combustão de aceleração quântica…

Difícil de acontecer sozinha...

Ou com um outro complemento de DOM diferente ao nosso…

A união desta ‘Chama Gémea’ é uma bênção para Terra…

E a energia atómica gerada por elas é um acelerador quântico ilimitado…

Muito maior que a gerada por um ser sozinho…

A nossa Ciência vigente entende que a essência do átomo físico é o ‘quark trino’…

Constituído pelos os prótons e os neutrons...

Os quais em si mesmo compõem o núcleo do átomo…

Que é o bloco físico da construção de toda matéria, substância e forma…

Este quark não é mais do que a ‘Chama Trina’ em existência física…

Que incontáveis vezes é acesa no ser humano pelo poder da ‘Chama Gémea’…

Infelizmente, devido a variadas situações e muitas incompreensões…

E também devido ao materialismo vigente…

Muitas ‘Chamas Gémeas’ não estão a cumprir as suas missões…

Encontrar a nossa ‘Chama Gémea’ é, pois, uma bênção do Universo…

Atenção, pois, àqueles que não aceitam a própria ‘Chama’…

Ou por causa da sua situação social ou por ser de uma etnia diferente…

E quantas vezes pela diferença de religião…

Lembrem-se:

A ‘Relação Sagrada’ não tem que ser exclusivamente física…

E a entrega a uma relação espiritual…

Alimentará quânticamente a nossa ‘Chama Gémea’…

E daí…

Poderemos seguir para a ‘Ascensão!”


(In "Crónicas Mundanas...")

 


Nota:

Na física de partículas, a equação de Dirac…

É uma equação de onda relativística derivada pelo físico britânico Paul Dirac em 1928...

Uma das equações mais interessantes da física…

Descreve o fenómeno do entrelaçamento quântico…

Que afirma que:

«Se dois sistemas interagirem entre eles durante um certo período de tempo…

E depois se separarem…

Podemos descrevê-los como dois sistemas diferentes…

Mas de uma forma subtil eles tornam-se um sistema único…

O que acontece a um, continua a afetar o outro…

Mesmo à distância de quilómetros ou anos-luz»…

Isto é o chamado entrelaçamento quântico ou conexão quântica…

 Duas partículas que, em algum momento estiveram ligadas…

Ainda estão de alguma forma relacionadas…

Não importa a distância entre ambas…

Mesmo que estejam em extremos opostos do Universo…

A conexão entre elas é instantânea…

É o mesmo que acontece entre duas pessoas…

Quando lhes une um laço que só os seres vivos podem experimentar.

AGORA SIGO A FAVOR DO VENTO…

 

                                                                                                                 (Fotografia da Internet)


“Já foi o tempo em que me perdia em discussões…

Contra a violência, contra a corrupção e contra outras tantas indignidades…

Ser combativo é uma atitude necessária e exige coragem, espírito de luta…

Mas hoje não estou mais para isso…

Sim, é um facto, a aprendizagem foi boa…

Mas parei de dar murros na mesa e mudei a estratégia…

Hoje, em vez de me posicionar contra o que seja…

Prefiro viver de acordo com o que acredito que é correto…

Não tento mais fazer ninguém mudar de ideias…

Não perco mais a cabeça quando ouço asneiras…

Adotei, pois, também aqui a lei do menor esforço…

Agora escolho diálogos menos tortuosos e parcerias mais afetivas…

E se, ainda por cima me fizerem rir, melhor!

E sabem que mais?

Passei a dizer não com a mesma facilidade com que digo sim…

Sou agora mais honesto com os meus desejos…

E deixei, de vez, de ser condescendente com o que não me satisfaz…

Agora só exijo de mim, e ainda assim, pouco…

E sou do contra só quando contra mim…

A luta agora é mais interna e muito menos violenta…

E depois, acabaram-se os golpes baixos…

Fiz dos meus demónios inimigos adestrados…

Por isso, hoje, sigo a favor do vento…

Faço escolhas condizentes com quem sou e facilito o que posso…

Pois, não suporto mais qualquer discussão…

Dispenso tudo o que me tira o meu sossego…

E depois…

Se não levamos nada desta vida…

A não ser o que somos…

Então, agora prefiro ser apenas um bom ser humano…

E seguir a favor do vento…”


(In "Crónicas Mundanas...")

SINCRONICIDADE...

 

                                                                   ('Post' da Internet)


“Porque vivo só?

Simples, porque não encaixo no mundo…

Este mundo de sentimentos em saldo e valores em total liquidação…

Perdoem-me, mas, de facto, não me serve qualquer coisa…

Eu vivo no mundo real…

Não naquele imaginário que nos tentaram vender como real…

Não preciso estar próximo…

Pois através da minha vibração conecto-me com quem quero…

Sim, já me disseram, não sou uma pessoa comum…

Poucos são os que me entendem…

Mas sabem que mais?

Isso pouco me importa!

Não me interessam as últimas notícias do dia…

Nem tão pouco a última moda…

Eu tento perceber o universo, interpretar os meus sonhos…

Viver em plena consciência e, simplesmente, amar…

Amar-me!

Porque a minha Alma assim me exige…

A saber estar comigo mesmo…

E sim, depois com tudo e todos ao meu redor…

Por isso, não temo a solidão…

Antes, pelo contrário, uso-a para o meu próprio crescimento…

Para olhar cada vez mais para dentro de mim…

E ativar todos os meus modos de sentir…

Não, não é fácil confesso!

Para viver assim, tive de derrubar muita falsidade…

Mas… Quando nos encontramos a nós mesmos…

Aí… Aí surge toda a nossa família álmica…

E é maravilhoso…

Quando nos encontramos…

E nos sincronizamos…”


(In "Crónicas Mundanas...")

23 outubro 2022

DEUSA… OU SIMPLESMENTE MULHER!

 

                                                                        (Fotografia da Internet)

 

“Já não sei se és néctar... Se és deleite...

Sei que também estas ganham forma em ti... Mulher...

Jamais um escultor conseguiria realizar uma obra tão originalmente pensada...

E tentar perpetuar na sua própria criação tão efémera beleza...

Ah! Deixas-te de vez de lado a vergonha e todos os teus medos...

E de ti brotou apenas o verdadeiro 'Eu-nu'...

Que vai para além de qualquer prazer sensual...

Fica apenas a sede infinita que brota do coração do homem...

Sedento desse teu néctar divino...

Qual vinho da Terra...

Ah! Estará a beleza na criação do artista?

Ou na mente do homem desterrado do céu?

Não... Não creio...

A beleza brota simplesmente de ti, ‘Ó’ esplendor do Universo!

Da pura e imaculada luz que banha o teu Ser...

Tu que és Deusa...

Ou, simplesmente, Mulher!”


(In "Amar... O amor...")

A DIDÁTICA DOS AFETOS…

 

                                                            (Fotografia da Internet)


“Perguntar-se-á o caro leitor:

«Mas o que é isso da didática dos afetos?»

Simples, caro leitor, é o amor como forma de ensinar…

É que quando há amor na forma de ensinar…

O aluno aprende mais facilmente qualquer conteúdo…

Ensinar amando é a melhor forma para estimular o autoconhecimento dos alunos…

O papel do educador é, pois, levar o aluno a descobrir, refletir, debater e constatar…

E para isso, é essencial estimular o conhecimento de si mesmo…

Respeitando sempre as características de cada um…

Do ponto de vista didático, os educadores deveriam ser mais amorosos e afetivos…

É que educar não tem só a ver com aprender, mas também com mudar o mundo…

Os novos educadores não deverão apenas transmitir informações…

Mas desenvolver as competências existenciais…

Pois, a resposta mais indicada para o problema da existência é o amor…

O amor tem de começar a ser ensinado nas escolas…

Pois, o amor é acima de tudo, a preocupação ativa pela vida…

É o cuidado de promover o crescimento daqueles que amamos…

Aprender amar requer prática, maestria e uma ação contínua…

Pelo qual o esforço e o bom trabalho não deixam nada ao acaso ou à sua sorte…

É necessário educar massivamente as pessoas para que aceitem os outros…

A vida emocional e sentimental são provocadoras da nossa cultura…

De conflito ou de cooperação, que é a base fundamental e estrutural da vida…

Hoje vivemos uma crise de relações humanas…

Uma incapacidade de constituir verdadeiras relações afetivas…

Sim, é um mal antigo, mas que se tornou numa crise insustentável…

E a Escola é o melhor ambiente para desconstruir esta cultura do ‘desamor’…

Onde a didática dos afetos pode ensinar a amar…

Como método de nos conhecermos a nós mesmos e para conhecermos os outros…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

O POEMA É SEU, CARO LEITOR…

 

                                                                        (Fotografia da Internet)


“Já o disse várias vezes…

Escrever é apenas a minha forma de estar sozinho…

E tudo o que escrevo… É apenas o que sinto...

E depois… Como já dizia Pessoa…

«O poeta é um fingidor… Finge tão completamente…

Que chega a fingir que é dor… A dor que deveras sente…»

Mas…

Quantas vezes ouvimos dizer que nada é nosso?

Pois, um poema é de quem lê as estrofes, as palavras…

E através delas consegue imaginar os personagens, os cenários…

São do leitor as sensações provocadas, a tristeza, a euforia, o medo, o espanto…

Tudo o que é transmitido pelo autor…

Mas que reflete em quem lê de uma forma muito pessoal…

Recorrendo de novo a Pessoa…

«E os que leem o que escreve… Na dor lida sentem bem…

Não as duas que ele teve… Mas só a que eles não têm…»

É, pois, do leitor o prazer… É do leitor a identificação…

É do leitor o poema…

Não existe poema, sem leitor… Não existe!

Sem leitor, o poema é um objeto fantasma que não serve pra nada…

O leitor é o dono do poema…

E são também assim são as histórias escritas pela vida…

Interpretadas a seu modo por cada um…

Ou não fosse a vida, também ela, de cada um…”


(In "Crónicas Mundanas...")