A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

24 outubro 2022

AGORA SIGO A FAVOR DO VENTO…

 

                                                                                                                 (Fotografia da Internet)


“Já foi o tempo em que me perdia em discussões…

Contra a violência, contra a corrupção e contra outras tantas indignidades…

Ser combativo é uma atitude necessária e exige coragem, espírito de luta…

Mas hoje não estou mais para isso…

Sim, é um facto, a aprendizagem foi boa…

Mas parei de dar murros na mesa e mudei a estratégia…

Hoje, em vez de me posicionar contra o que seja…

Prefiro viver de acordo com o que acredito que é correto…

Não tento mais fazer ninguém mudar de ideias…

Não perco mais a cabeça quando ouço asneiras…

Adotei, pois, também aqui a lei do menor esforço…

Agora escolho diálogos menos tortuosos e parcerias mais afetivas…

E se, ainda por cima me fizerem rir, melhor!

E sabem que mais?

Passei a dizer não com a mesma facilidade com que digo sim…

Sou agora mais honesto com os meus desejos…

E deixei, de vez, de ser condescendente com o que não me satisfaz…

Agora só exijo de mim, e ainda assim, pouco…

E sou do contra só quando contra mim…

A luta agora é mais interna e muito menos violenta…

E depois, acabaram-se os golpes baixos…

Fiz dos meus demónios inimigos adestrados…

Por isso, hoje, sigo a favor do vento…

Faço escolhas condizentes com quem sou e facilito o que posso…

Pois, não suporto mais qualquer discussão…

Dispenso tudo o que me tira o meu sossego…

E depois…

Se não levamos nada desta vida…

A não ser o que somos…

Então, agora prefiro ser apenas um bom ser humano…

E seguir a favor do vento…”


(In "Crónicas Mundanas...")

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