“Não,
não me lembro da primeira palavra que proferi…
Mas
sei que a palavra me libertou…
Pois,
enquanto me alfabetizava, desterrei-me de múltiplos conteúdos…
É
que a escola sistematiza-nos, formata-nos…
Daí
descobri que a palavra é um instrumento poderoso…
Tanto
para a expressão, como para reagir a qualquer tipo de opressão…
E da
palavra passei para a poesia…
A
poesia fala do sentimento e do que nos vai na mente…
E
com ela tenho tentado unir a emoção com a razão…
Mas
não com formatação, apenas com intuição…
A
descoberta da poesia foi, pois, para mim a descoberta da palavra e do seu poder…
Não
a palavra fria do dicionário, até porque dessas conheço poucas…
Sou
mais adepto daquelas palavras do quotidiano… Do mundano…
As
palavras vivas da experiência, da existência, do confronto com a vida…
E
eu, que apenas sinto…
Consegui
através da poesia…
Fazer
o lugar do pensamento do meu coração…”
(In "Crónicas Mundanas...")
Sem comentários:
Enviar um comentário