(Fotografia da Internet)
“Pensar
é ir além de todos os limites…
Reinventar-nos
a nós mesmos…
Desenterrar-nos
da poeira da banalidade…
E
deixar de fingir que continuamos vivos…
Aniquilar
a futilidade… E o comodismo…
Ter
a coragem de mergulhar…
E
ver o que acontece…
E em
vez de esvaziarmos a vida…
Renová-la
a cada pensamento…
Momento
a momento…
Tocar…
Perceber…
Conhecer
um pouco mais quem somos…
E
derrubar os falsos ‘clichés motivacionais:
«Pare
para pensar…»
Ah!
Nem pensar!
Parar…
É morrer…
E
não há pensamento que pare…
Sem
ser programado…
Ninguém
pára para pensar…
São,
de facto, mil as possibilidades…
E
para cada interrogação…
Outras
tantas escolhas…
Mas,
caminhos se abrirão…
E
quantos jardins de promessas…
O
importante é irmos além da cerca…
Tirar
a máscara… E reavaliar-se!
Sim,
é preciso coragem…
Pois
pensar é transgredir…
Sobretudo,
a ordem do superficial que nos aprisiona…
E
não… Não nos deixemos atordoar pelas outras mil distrações…
E
deixemos, também, de ser meros executores de tarefas…
Questionemos…
Questionemos
tudo… E todos…
Quem
somos…
O
que queremos da vida…
Os
nossos amores…
Até
o sonhar…
Mas
ao sonhar, sonhemos como quem sonha a vida…
E
não tenhamos qualquer receio de enfrentar a alma no espelho…
Aprendamos
a sair de nós mesmos…
E,
serenamente…
Olhemos,
também, o nosso entorno…
Pois
somos inquilinos de algo bem maior…
Maior
do que os nossos próprios segredos…
Se
nos escondermos no canto escuro da nossa mente…
Abafaremos
os nossos questionamentos…
E
deixaremos de escutar o rumor da brisa que corre no mundo…
É
que o mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar…
E o
nosso pensar é que lhe atribui identidade…
É
aqui que poderemos ter alguma ordem…
E
até tocar ao de leve o tempo…
E
aí… Viver, ou morrer, será apenas recriar…
Recriar-nos…
A
vida não é, afinal, apenas para ser vivida…
Antes,
para ser construída…
Pensando…
Pensando-a… Pensando-nos…
Afinal,
viver de verdade…
Pensando
e repensando a nossa própria existência…
Só
assim vale a pena…
Escapar,
na liberdade do pensamento…
Lutar
obstinadamente contra a maré que nos tenta formatar…
Ou
programar…
Seja
lá o que for…
Sabem…
Pode
aparentar ser difícil…
Mas
é de uma assustadora simplicidade…
E
não existe outro caminho…
Vamos
pensar nisso?”
(In "Crónicas Mundanas...")