A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

21 outubro 2022

CORRO DEMAIS!

 

                                                                                                          (Fotografia de Luís Borges)


"O meu mundo não é como o dos outros...

Eu quero demais...

Exijo demais de mim mesmo...

Ah! Corro demais...

É que sinto em mim uma sede de infinito...

Uma angústia constante que me assola...

Sempre fui um exaltado com uma alma intensa...

Alma que nunca se sente bem onde está...

Sim, eu sei que corro demais...

Mas... Mais ainda...

Corre em mim uma profunda saudade...

Sei lá de quê..."


(In "A vida é um caminho... E deixa rastros...")

NÃO, NÃO VOU FUGIR DO AMOR!

 

                                                                                          ('Post' da Internet)


“Apesar de muito ter amado e mais ainda ter sido despedaçado…

Não vou fugir do amor…

Sim, talvez precise de proteger mais a minha vulnerabilidade…

Mas ter lutado para esquecer só me fez aprender ainda mais…

Não posso, pois, negar o que sinto só porque me fragmentei…

Foi como colar os cacos e me refazer inteiro…

Confesso, no amor sou um perdedor…

Por isso, hoje devo me proteger…

Preciso de me sentir seguro, de alguma forma…

E quando já fomos magoados algumas vezes…

Aprendemos a adotar mecanismos de defesa…

E depois…

Dentro de nós ocorrem silenciosamente também algumas mudanças…

Enquanto procuramos fugir das lembranças mais penosas da vida… Do amor…

Tentamos apenas superar a dor da perda… Do abandono…

Mas como disse, não tenho medo do amor… De voltar a amar…

E com o que aprendi…

Talvez passe a ser agora aquele que abandona, ao invés daquele que é abandonado…

Aquele que renuncia, em vez daquele que é desamparado…

É que quando nos magoamos, ou somos magoados repetidas vezes…

Por termos confiado, por nos termos doado…

Acabamos por ficar mais encouraçados…

Mais resistentes às agruras do amor…

Por isso, de certa forma, há que ser corajoso…

Pois, viver com coragem é viver com liberdade…

E só é livre quem não se encarcera, não se esconde…

Assim, por mais que seja um risco…

É preciso não ter medo de assumir o que se sente e o que se deseja…

Pois só nos podemos curar das feridas do amor…

Quando enfrentarmos as nossas feridas mais profundas…

E deixar o tempo fazer a sua cura…”


(In "O Amor... Sempre o Amor...")

EU SOU O MEU CAMINHO!

 

                                                                                                                 (Fotografia da Internet)


“Na sociedade de hoje temos de ter o chamado ‘comportamento de manada’…

Sim, comportarmo-nos exatamente como todos os demais…

E ai de quem se comporte de forma um pouco diferente…

Passa a ser um sujeito estranho e a sociedade não gosta de pessoas estranhas…

As pessoas necessitam de se identificar com algum grupo…

E se somos diferentes, então, alguma coisa está errada…

E pior…

E quando nos conhecem?

Quando percebem a nossa mudança…

Quando não nos aceitávamos…

E agora passaram a ver, de repente, que nós nos aceitamos…

Este é o grave problema da sociedade contemporânea:

- Ninguém se aceita a si mesmo!

Todos preferem julgar-se… E julgar o outro…

 E se nós não nos julgamos a nós mesmos…

Se nos aceitamos tal como somos…

Acreditem, fica difícil viver em sociedade… Nesta sociedade…

A sociedade não tolera quem saia da manada…

Ela precisa de indivíduos... De números…

Quando há muitos números, as pessoas sentem-se bem…

Confortáveis… Mais seguras… No meio dos números…

É que quanto maior o número, mais as pessoas sentem que estão certas…

Elas até podem estar erradas, mas mais umas quantas pessoas estão com elas…

E, quando ficam sozinhas, grandes dúvidas começam a surgir…

Ah! Ninguém está comigo…

Será que eu estou certo?

Por isso afirmamos:

Ser um indivíduo hoje é um grande ato de coragem!

O indivíduo não se importa que o mundo inteiro esteja contra ele…

E muito menos se importa com os números, com quantas pessoas estão com ele…

O indivíduo importa-se com a validade da sua própria experiência…

Com a sua existência…

Pois, então, que o mundo inteiro pense como quiser…

O indivíduo não precisa da aprovação dos outros para sentir que está certo…

Mas é assim que a sociedade humana tem sido até agora…

É assim que ela nos mantém dentro da manada…

O que quer que a manada seja, nós temos que ser também…

Não são permitidas diferenças…

Porque as diferenças acabam conduzindo para o indivíduo…

Para o diferente!

E a sociedade tem muito medo do indivíduo e da diferença…

Pois isso, significa que alguém ficou independente do grupo…

Os seus deuses, os seus templos, os seus sacerdotes, os seus dogmas…

Tudo ficou sem sentido para ele…

E agora ele tem o seu próprio Ser e o seu próprio jeito... De ser…

De viver, morrer, celebrar, cantar, dançar… Amar…

Ele agora segue o seu próprio caminho…

E ninguém pode trilhar o seu próprio caminho junto com a multidão…

Só se pode caminhar sozinho…"


(In "Crónicas Mundanas...")

O FUTURO COMEÇA HOJE!

 

                                                                                                                          ('Post' da Internet)


“Este é certamente um tempo bom para vivermos…

E para todos aqueles que querem investir na sua própria reconstrução…

Mas hoje vimos refletir um pouco sobre o futuro…

E sabemos de antemão que escolher o futuro como tema…

É enfrentar um universo de conflitos e de ambiguidades…

Porque o futuro apenas existe numa dimensão duvidosa…

Por vezes, ele desponta como se fosse um chão concreto…

Porém, na maior parte das vezes ele é frágil e nebuloso…

Como uma linha de horizonte que se desfaz quando nos aproximamos…

E é neste conflito entre a expetativa e a realidade…

Que é comum o sentimento de desapontamento…

Que nos faz pensar que, no passado, o futuro já foi melhor…

Na verdade, no momento atual e global…

Quem é que quer saber do futuro…

E parece recíproco, pois, o futuro também não quer saber de ninguém!

Estamos tão entretidos em sobreviver que nos consumimos no presente imediato…

Para uma grande maioria, o porvir tornou-se até um luxo…

Fazer planos para o futuro é uma ousadia que a grande maioria perdeu direito…

Como se não bastasse sermos exilados da atualidade…

Fomos expulsos do futuro!

Ah! O amanhã tornou-se demasiado longe…

E mais do que longínquo, tornou-se improvável…

Estamos, pois, perante mais um profundo alheamento generalizado…

Ou não passássemos nós de temporários viajantes do Tempo…

Mas existe uma outra dificuldade acrescida que nos impede de ver o futuro…

É que o tempo é entendido como uma entidade circular…

A ideia deste tempo esférico…

É uma categoria dos que vivem sob o domínio da oralidade…

Foi a escrita que introduziu a ideia de um tempo linear…

Para a oralidade, só existe o que se traduz em presença…

Só é real aquele com quem podemos falar…

E só o podemos fazer no presente, que é o tempo vivo e o tempo dos viventes…

Mas grande parte de nós, humanos, lida com categorias de tempo bem diferentes…

Para alguns, o futuro não só não tem nome como a sua nomeação é interdita…

Inclusive, para algumas línguas não há equivalente para o termo ‘futuro’…

 Talvez, apenas, um tempo por inaugurar…

A noção de futuro trabalha num território que é do domínio sagrado…

Antever o futuro é uma heresia, uma visita não autorizada…

Todavia, mudar de conceitos sobre o tempo leva tempo…

E quem fala de tempo fala da espera e da sua irmã gémea, a esperança…

Infelizmente foi-se generalizando no mundo uma atitude de descrença…

O acumular de crises convidam-nos a uma desistência da alma…

Todos os dias uma silenciosa mensagem subliminar sugere-nos que o futuro não existe…

Há que viver o dia-a-dia!

Reina a expetativa do depressa e muito…

Pagaremos mais tarde esta ilusão de grandeza e velocidade…

A vida nos dirá que o depressa sai caro e o muito só é muito para muito poucos…

Mas, talvez a questão que temos de colocar aqui seja esta:

Como pedir a um jovem de hoje que abdique do prazer do momento?

Antes havia um uma razão redentora…

Na forma de uma causa religiosa, ou de um discurso político…

Hoje essa razão de longo prazo está esbatida…

Necessitamos de reescrever uma narrativa nova…

De inventar um novo tempo que seja brilhante e sedutor…

E que dê sentido às escolhas de longa duração…

Que dê valor à esperança e à moralidade enquanto investimentos a longo prazo…

Necessitamos de ter a certeza de que vale a pena esperar sem receio…

Fiz parte de uma geração que só nos sentíamos existindo...

Enquanto habitantes do futuro…

Acreditávamos que esse sentimento épico fosse eterno…

Hoje domesticamos a nossa existência…

Numa letargia sem horizonte, nem brilho a que chamamos realidade…

Construímos um mundo que já não é nosso, mas que ainda não é do outro…

Acordamos desse sonho com a sensação de estranheza…

Estamos despertando para um mundo em que podemos e devemos ainda sonhar…

A diferença é que esse mundo já não nos inclui nos seus sonhos…

Somos, em simultâneo, do tempo da utopia e do tempo dos predadores…

Ah! Mas que belos tempos em que tínhamos pouco, mas acreditávamos muito…

Não éramos apenas jovens sonhadores…

Mas janelas abertas para a esperança…

E assim nos redimimos da nossa condição precária…

E nos salvávamos da miséria maior que é ser-se invisual para o destino…

E através da esperança ganhámos acesso ao mundo e ao futuro…

Ainda que também tenhamos sido catapultados…

Para fora de uma relação apaixonada com o nosso lugar e o nosso tempo…

Esse empurrão foi sucedendo passo-a-passo em todos nós…

E de modo tão suave que transitamos não apenas de sítio, mas de caminho…

Nós já não fazemos a mesma viagem…

Muitos de nós nem sequer acreditam fazer viagem alguma…

Hoje, a turbe desesperada converte-se em chão magoado…

Para que outros alcancem a terra do paraíso….

E que esse paraíso seja ilusório, isso pouco importa…

Hoje foge-se de um futuro nado-morto…

Se olharmos hoje para o mundo vemos o universo…

Um universo de miséria inqualificável!

O que falhou, afinal, no Homem?

Ou terá falhado algo para além do Homem?

Talvez todo um sistema que se propôs tornar-nos mais humanos e mais felizes…

No passado, era preciso esperança para ter coragem…

Hoje é preciso coragem para ter esperança!

Outrora, nós sonhámos um futuro porque éramos sonhados por esse mesmo futuro…

Agora, pedimos ao universo que nos devolva a esperança…

Mas não obtemos resposta, o universo parece estar ausente…

A única coisa que ele nos diz é que ele teve voz enquanto nós fomos essa voz…

Enquanto nos calarmos, ele também permanecerá no silêncio…

O que significa que precisamos de recomeçar sempre e sempre…

Quem vive num labirinto, tem fome de caminhos…

E quem não mata a fome, fica amargurado, descrente…

Sobretudo, descrente no futuro…

Como se nos roubassem o nosso próprio passado…

Mas não caiamos no desânimo, pois essa é uma doença contagiosa…

E pode ser fatal…

O futuro não existe?

Mas que mal é querermos ter mais futuro…

Ou, pelo menos, um melhor futuro?

Só quem ainda tem crença é que poderá entrar neste jogo…

Cujo fim é reduzir a margem de perda e de risco…

Acreditar nisto é como devolver forças às pernas e pôr os pés ao caminho…

Já ouvimos dizer repetidamente que o nosso maior inimigo somos nós mesmos…

O adversário do nosso progresso está dentro de cada um de nós…

Mora na nossa atitude, vive no nosso pensamento…

Culpar os outros, o mundo, em nada nos ajuda…

Só avançamos se formos capazes de olhar para dentro…

E encontrar em nós as causas dos nossos próprios erros…

A haver futuro, ele começa, pois, em nós…

Aí, acreditamos que seremos não melhores…

Mas mais humanos e o futuro poderá ser um território nosso…

Onde o medo esteja tão ausente como nós estamos agora aqui…

Para celebrar algo que apenas se está a iniciar…

Tal como nos podemos iniciar a nós próprios…

Queres saber o que vais ser no futuro?

Pois, olha para o que fazes hoje!”


(In "Crónicas Mundanas...")

20 outubro 2022

ALGUMAS QUESTÕES A DEUS...

 

                                                                                                                 (Fotografia da Internet)


“Por todos os tempos idos...

Envias-te, meu Deus, teus mensageiros...

De Adão e Enoc...

A Abraão e Jacob... 

De Moisés a Salomão...

Jesus e Muhammad...

E a este impiedoso mundo...

Todos eles disseram:

«Perdoai a todos e amai-vos uns aos outros!»

E ainda que os dias obscuros caracterizem todas as civilizações...

Eles continuam a ser lembrados...

E venerados...

Mas... Meu Deus...

Porque apesar de tão simples e nobre mensagem...

Trazida por tão veneráveis profetas...

Persiste enraizado no Homem tanto ódio dissimulado?

Porque chora copiosamente a justiça?

Porque o abuso de poder se sobrepõe à liberdade?

Porque trabalhamos freneticamente como eternos escravos?

Explica-me, por favor...

Suplico-Te!

Porque continua este mundo encarcerado no mal?

Mergulhado em guerras e infortúnios...

Fome e pobreza contaminada?

Será que... Os teus mensageiros...

Foram falsos profetas?

Ou... Será que se enganaram na mensagem?

Mas... E...

Será que a todos quantos espezinharam a tua mensagem...

          Sim... Aqueles que apagaram a tua Luz...         

Será que também lhes perdoaste?

Será que também os amaste?”


(In "Hipersent...")

SEM AMOR... NÃO HÁ ATOR...

 

                                                                                                                (Fotografia da Internet)


“Saber sair de cena é um dos conhecimentos que todos deveríamos aprender…

E depois, saber fazê-lo…

Demonstra bom senso, amor-próprio, coragem… Liberdade!

Concordamos, nem sempre é fácil perceber que o nosso tempo chegou ao fim…

Nem sempre conseguimos acreditar que aquilo que queríamos…

Afinal, não era para nós…

Nem sempre conseguimos abrir mão dos nossos sonhos…

Dos nossos planos, desejos e expetativas…

Saber sair de cena, mesmo que isso nos cause muita dor…

É, pois, algo que precisamos aprender…

É preciso aprender a parar de insistir naquilo que não é para nós…

É preciso aprender a aceitar que…

Apesar de desejarmos muito uma coisa, nada garante que ela seja nossa…

É preciso aprender a sair de cena quando tudo já foi dito, esclarecido…

E que não há mais lugar para ‘atores’ naquela história…

É preciso aprender a aceitar as frustrações, os desejos desfeitos…

E, simplesmente, fazer as malas e partir para outra…

Saber, afinal, que ali já estamos a mais…

Sim! Sair de cena é uma das decisões mais difíceis e dolorosas que existem…

Afirmamo-lo por experiência própria!

Ah! Como desejávamos que aquela história não tivesse fim…

Mas, sem dúvida, também…

Mais vale a dor advinda de um afastamento sadio…

Que a humilhação de permanecer num lugar onde não somos mais bem-vindos...

É que todos merecemos um amor recíproco, inteiro, verdadeiro…

E não nos esqueçamos do amor próprio!

Daí, ser muito importante discernir se se deve ou não permanecer…

Basta olhar os pequenos gestos…

Pois esses dão-nos pistas se devemos ou não permanecer…

Então, sobretudo, num cenário de amor…

Lembrem-se o que cantou a Nina Simone:

«Você tem de aprender a sair da mesa…

Quando o amor já não está sendo servido»…”


(In "O Amor... Sempre o amor...")

OS 'PROCUSTOS' DESTA VIDA...

 

                                                                                                                            ('Post' da Internet)


“’Procusto’ é um personagem da mitologia grega…

Que simboliza a negação da ciência e a relativização da vida humana…

O nome ‘Procusto’ significa ‘o esticador’…

Em referência ao castigo que aplicava às suas vítimas dizendo a elas:

«Se te destacares, cortarei os teus pés…

Se demonstrares ser melhor do que eu, cortarei a tua cabeça»…

Este mito deu origem ao síndrome de ‘Procusto’…

Síndrome que encontramos hoje de forma disseminada…

No ambiente de trabalho, académico ou político…

E que vai muito além do conceito de ‘oportunismo’…

Porque é uma conduta que destrói quem é mais adaptado e inteligente…

E tudo isso, por mera arrogância e estupidez…

A síndrome de ‘Procusto’ faz, pois, referência…

Às pessoas que menosprezam quem é superior a elas em talento e habilidades…

E mais, não hesitam em discriminá-las e até mesmo em persegui-las…

São pessoas que não prosperam nem deixam os outros prosperarem…

A metáfora de ‘Procusto’ representa, pois…

O puro egoísmo do ser humano em relação ao seu próximo…

Os ‘Procustos’ de hoje ferem o nosso bom senso…

Exigindo-nos que nos adequemos aos seus delírios…

São criaturas cruéis que geram constrangimentos…

Claro, sobra-lhes autoestima…

Por isso, tenham alguma atenção quando se cruzarem com um ‘Procusto’…

Pois eles usam todas as suas energias para limitar as nossas capacidades…

São exterminadores de sonhos, são repressores de esperanças…

Manipuladores psicológicos e mestres da agressão encoberta…

Mas apesar de cada vez mais existirem ‘Procustos’ por aí fora…

O recomendado é mantermos distância sem jamais render-nos a eles…

Antes, libertemo-nos dos grilhões dos ‘Procustos’…

Ampliando o nosso conhecimento…

Acrescentando atitudes positivas a nós mesmos e ao mundo…

Todos nós nascemos com algumas habilidades…

Importa agora é desenvolvê-las…

E encontrar o ambiente mais adequado para tirar proveito em liberdade…”


(In "Crónicas Mundanas...")

19 outubro 2022

FONTE DA VIDA...

 

                                            (Fotografia da Internet)


“Ó Fonte da Vida...

Tu que és a voz silenciosa do Espírito do Universo...

Tu que insistes em ensinar-nos a sentir...

Profundamente...

Tirando-nos da nossa rudeza de Ser...

Tu que és potência da vida que passa...

Uma e outra vez...

Através do portal da morte...

Por onde circulam eternos peregrinos...

Desavindos de imutáveis lugares...

Diz-nos...

Como poderemos mais te amar?

Tu que teces através das estações melodias caleidoscópicas...

Ofertando-nos a oculta opulência da luz...

Tu que és pura criação de pacificas formas...

Tu que teimas em ensinar-nos a gloriosa arte do amor...

Faz-nos lembrar...

Sempre...

Que Todos somos tua essência...

Que todos somos filhos da mesma fonte...

Desse fogo que arde...

E que se vê...

Com o qual, através dos séculos...

Inundaste os nossos corações...

E nos tornaste rivais dos Deuses...”


(In "Hipersent...")

CAMINHO DE CORAGEM...

 

                                                                                          ('Post' da Internet)


“Quando deitamos a semente à terra…

Ninguém sabe o que lhe vai acontecer…

Nem mesmo a semente sabe que traz em si tamanha potência…

O potencial de se transformar numa bela flor…

O caminho é longo… E desconhecido…

E nada é garantido...

Muitas são as incertezas, muitos são os imprevistos…

Ainda assim… A semente sente-se em segurança…

Protegida no interior da sua carapaça…

 Mas, ela arrisca, esforça-se… E começa a crescer…

É aí que a luta começa…

A batalha com o solo, com as pedras…

A semente até pode ser muito resistente…

Mas a plantinha… Ah! Essa é muito delicada…

E os perigos serão muitos…

O brotinho lança-se, porém, ao desconhecido…

Em direção ao sol, em direção à luz…

Sem saber para onde, sem saber porquê…

Enorme é o desafio…

Mas a semente é movida por um sonho…

E segue em frente...

Pois… Semelhante é o caminho do Homem…

É! É, de facto, um caminho árduo…

Por vezes, até penoso…

Sim, muita coragem será necessária…

Mas basta também sonhar…

E, simplesmente, amar…”


(Inédito)

SÓ SEI... QUE NADA SEI!

 

                                                                                                                           ('Post' da Internet)


“Já dizia o velho Sócrates que quanto mais sabemos, menos sabemos…

O responder ‘não sei’, pode ser, de facto, uma resposta muito profunda…

Inclusive como resultado de várias tentativas de saber…

Pois, vai construindo uma certa ignorância douta…

A ignorância daquele que sabe muito mais que a maioria…

E, por isso, tem menos certezas do que ela…

Quem tem muita certeza das coisas, normalmente, pensa pouco…

São pessoas de ideias fechadas…

Ah! Isto do ‘não saber’ tem muito que se lhe diga…

É que o ‘não saber’ pode ser tanto uma representação de ignorância…

Quanto de conhecimento…

Pois aquele que mais procura o saber…

Acaba sempre se deparando com a imensidão da dúvida…

O conhecimento permite-nos ver mais longe…

E entender que o que não sabemos…

É sempre maior do que o que se sabe…

Por isso, os que são cheios de certezas…

Não sabem coisa alguma…”


(Inédito)