A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

19 junho 2023

AMAR... É SER...

 

                                                                         (Foto da Internet)

“Ah! Amar…

Amar é ser…

Sim! O amor verdadeiro é o amor do ser…

Amar através do ser…

E quando somos…

Quando amamos…

Partilhamos a fragrância do amor…

Mas, não esqueçamos…

O primeiro requisito essencial para poder dar amor…

É ter amor…

Pois, não se pode dar o que não se tem…

E quando damos amor…

Damos sem estar amarrados a correntes…

Simplesmente… Damos…

E quando damos amor…

Ah! Que belo é ser…

E amar…

Jamais estamos sozinhos…

E sem destruirmos a nossa individualidade…

Ajudamos os outros também a serem…

Permitimos, afinal…

Que os outros sejam mais livres…

Pois, a liberdade é um valor maior que o amor…

Sem liberdade, não somos…

E se não somos…

Não existe amor…”

29 março 2023

SER POETA...

 

                                                                                                                   (Fotografia da Internet)

 

“Como os chapéus há-os para todos os gostos…

Baixos, altos, louros, com óculos ou de paletó…

Ainda que não destrinços no género…

Que são subversivos, lá isso são!

Ou não fosse essa a característica mais temida nos poetas…

Pois, senão a qualidade poética baixaria demasiado…

E não despertariam atenção…

Alguns são muito esquisitos…

E muitos chegam mesmo a esquecer-se de si próprios...

Por isso não se surpreendam...

Se virem alguns por aí deambularem sem destino…

Mas também não estranhem…

Se os virem parados muito tempo com a cabeça no ar…

Não pensem que estão a fazer contas…

Não… Os poetas são incapazes das contas mais elementares…

É que trazem muitos poemas nas suas cabeças…

Por essa razão, adoram cadernos com folhas em branco…

Onde, por vezes, escrevem poesias que transfiguram a realidade…

Confundindo-a com ambiguidades…

Desembaciam-nos, afinal, o espelho da vida…

Levando-nos a passar a mão pelo vapor que a torna mais embaciada…

Ah! Os poetas libertam as coisas…

Libertam-nos…

E, ainda por cima…

Embelezam-nos a vida com poemas…”


(In "Hipersent...")

24 março 2023

AMO-TE!

                                                                                                                 (Fotografia da Internet)


“Não queria gastar estas duas palavras…

Tirar-lhes sentido, desgastá-las…

Mas, já não aguento mais segurá-las…

Pois, que se libertem…

E a mim também…

E se em silêncio as tenho pronunciado…

E muito mais sentido…

É porque permanentemente moras no meu pensamento…

Desde que te vi… Que te senti…

Tenho-te comigo a todo o instante…

E mesmo que estejas de mim distante…

Não diminui em nada o sentimento que corre em mim…

E se venho agora tas dizer…

É porque é a mais sincera das verdades…

Pois, trazer-te hoje junto a mim…

Preenchendo o meu coração…

É pura magia…

E até tu já percebeste…

Que não consigo ocultar tanta alegria…

Por isso, tenho mesmo que as dizer:

«Amo-te!»

E ainda que duas simples palavras por mim ditas…

São muito mais sentidas pelo meu coração!”


(In "O amor... Sempre o amor...")

23 março 2023

ALGUMAS QUESTÕES A DEUS...

 

                                                                                                                          ('Post' da Internet)


“Por todos os tempos idos...

Envias-te, meu Deus, os teus mensageiros...

De Adão e Enoc...

A Abraão e Jacob... 

De Moisés a Salomão...

Jesus e Muhammad...

E a este impiedoso mundo...

Todos eles disseram:

«Perdoai a todos e amai-vos uns aos outros!»

E ainda que os dias obscuros caracterizem todas as civilizações...

Eles continuam a ser lembrados...

E venerados...

Mas... Meu Deus...

Porque apesar de tão simples e nobre mensagem...

Trazida por tão veneráveis profetas...

Persiste enraizado no Homem tanto ódio dissimulado?

Porque chora copiosamente a justiça?

Porque o abuso de poder se sobrepõe à liberdade?

Porque trabalhamos freneticamente como eternos escravos?

Explica-me, por favor...

Suplico-Te!

Porque continua este mundo encarcerado no mal?

Mergulhado em guerras e infortúnios...

Fome e pobreza contaminada?

Será que... Os teus mensageiros...

Foram falsos profetas?

Ou... Será que se enganaram na mensagem?

E...

Será que a todos quantos espezinharam a tua mensagem...

Sim... Aqueles que apagaram a tua Luz...

Será que também lhes perdoaste?

Será que também os amaste?”


(In "Hipersent...")

22 março 2023

AMAR SEM RAZÕES…

 

                                                                                                                          ('Post' da Internet)


“O amor não tem razões…

As flores têm porquês?

Elas florescem porque florescem…

Pois eu cá, sou como as flores…

Amo, porque amo…

E não preciso saber porque amo…

Contento-me em, simplesmente, amar…

Sendo…

E se um dia souber porque amo…

Serei como flor arrancada da terra…

Ah! Amar é apenas ser, existir… Amando…

Amar… Doando-se…

Sem custos, nem trocas…

Amando o nada e sem ‘porquês’…

Não disse Pascal que «o coração tem razões que a própria razão desconhece…»

Não é que faltem razões ao coração…

As suas razões estão apenas escritas numa língua que desconhecemos…

E ai do amante que decifre esta língua…

Pois no dia que ele a entender…

O amor se irá de vez…

É que o amor só existe enquanto ignorante das suas razões…

Ao amor só lhe interessa mesmo é amar… Sem explicar…

E é assim que ele ama sem parar…

Como poderemos, pois, questionar…

O que que amamos quando amamos?

Isso seria o fim de qualquer história de amor…

Pois, esta pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar:

Que ao amar, amamos ‘algo’ que não o ‘objeto amado’…

Não, caros amantes…

Não há como fixar o amor em qualquer coisa sobre a terra…

Amamos sim, mas não é a nenhum ‘objeto’ que amamos…

Amamos uma outra coisa misteriosa que desconhecemos…

Mas que nos parece ver despontar no outro Ser…

Onde um outro ‘objeto’, afinal, se revela…

Um outro lugar onde nos encontramos com esta outra ‘coisa’…

Que, por pura graça, sem razões, desceu sobre nós… Os amantes…

Mas, por ser graça, sem razões…

Da mesma forma como desceu, poderá de novo partir…

E se isto acontecer deixaremos de amar…

E a nossa busca…

O novo amar… Um outro novo amor…

Recomeçará de novo…

E se o amor não tem razões…

Razão tinha Kundera:

«O amor começa no momento...

Em que uma mulher se inscreve com uma palavra na nossa memória poética…»

Gratidão, pois a todos aqueles a quem amei…

E àqueles que, também, me amaram…

Por me relembrarem o que é o amor…

O que é amar…

Que saibamos agora fazer do amor…

A mais bela poesia de vida…

Ou, simplesmente, continuar a amar…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

21 março 2023

O FIM DA JORNADA...

 

                                                            (Fotografia da Internet)


“Quando finalmente se fizer silêncio...

E as luzes da cidade se extinguirem...

Quando o pano cair, finalmente, sob o palco da vida...

A urbe humana deixar-nos-á, então, indiferentes...

E ficarão, apenas, as recordações primordiais...

Os odores das estações...

Os tons do entardecer...

O canto das aves...

O murmúrio dos bosques...

E do mar...

Ah! O uivo dos lobos...

Mas, também, todas estas recordações...

Dormirão sob um crepúsculo solitário...

Ociosamente como um manto de oferendas...

De sonhos multicolores...”


(In "Hipersent...")

15 março 2023

AMAR UMA MULHER...

 

                                                                                          (Fotografia da Internet)


“Amar uma mulher…

É dizer-lhe que é linda…

Amar uma mulher…

É fazê-la esquecer o que ela pensa serem os seus defeitos…

Amar uma mulher…

É demonstrar-lhe que o prazer é mútuo…

Amar uma mulher...

É fazê-la esquecer o seu passado…

Amar uma mulher…

É fazê-la sentir novas experiências…

Combinando paixão e êxtase…

Amar uma mulher…

É toda uma arte…

Que poucos sabem…

Pois, nem todos são artistas...

E muito menos na arte de amar...”


(In "O amor... Sempre o amor...")

14 março 2023

JANELA PREFERIDA...

                                                             (Fotografia da internet)


“Uma imagem abre muitas janelas...

E pulveriza a cela abafada da vida...

Deixando entrar a luz que sustenta o nosso respirar...

Ah! És a minha janela preferida...

Sobre o Mar...

Sobre a Vida...

Sozinho?

Jamais o poderia ver...

Viver...

Sem esta janela, só conseguiria vislumbrar...

Uma parte ínfima do dia...

E agora que ela se entreabre...

Não sei se vá...

Se voe...

Suplico-te, pois, que te mantenhas entreaberta...

Para mim...

Para que quando se me fechar a porta da vida...

Eu tenha uma janela por onde pular...”


(In "Hipersent...")

13 março 2023

PINTAR A VIDA COM MIL CORES DE AMOR…

 

                                                                                                                      ('Post' da Internet)


“O que é a vida sem amor?

Nada!

Sem amor vivemos rastejando no tempo…

Vivemos sem viver…

A vida é como um livro para colorir…

Colorimos cada página com a cor de cada dia que passa…

Cada dia deixa-nos uma mensagem nova...

Cada página terá, pois, sempre uma cor diferente…

A cor que regista as escolhas do nosso destino…

Sim, podemos escolher a cor dos nossos dias…

Colorindo a negro quando escolhemos odiar…

Ou, colorindo com mil cores quando decidimos apenas amar…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

11 março 2023

SOL VERMELHO...

 

                                                                                                                (Fotografia da Internet)


“Ó Sol Vermelho…

Tu que sangras no horizonte…

Bramindo dores eternas…

Tu que rasgas o azul das nossas vidas…

Como um grito de raiva da nossa inconsideração…

Ah! Sol Vermelho…

Tu que nos ofereces mais um dia de experiência…

Que nos permites morrer um pouco em cada teu entardecer…

E marcas as horas do tempo…

Da razão…

Do questionamento…

Da sabedoria…

Ó Sol Vermelho…

Não fiques dececionado…

Nós Homens agradecemos o teu sangue elíptico…

Do eterno retorno dos dias idos…

E os do porvir…

Os segredos ininteligíveis…

Aqueles muitos que ainda estão por descobrir…

Pois tu és luz que gera a vida…

E renovas a eternidade…

Alimentando o nosso viver…

Obrigado, pois…

Ó Sol Vermelho!”


(In "Hipersent...")

09 março 2023

AMOR vs EGO

 

                                            (Fotografia da Internet)


“Quem ama verdadeiramente, não espera nada em troca…

O amor tem que ser livre, se não, não é amor…

Não se pode forçar ninguém a amar…

E quem quiser amar tem que querer renunciar ao ego…

O amor e o ego são conceitos incompatíveis...

Não se pode amar sem renunciar ao ego…

O ego é, aliás, a ausência de amor…

Aprender a amar é o mesmo que aprender a desprender-nos do ego…

Quem aumenta a sua capacidade de amar…

Diminui o seu ego e vice-versa.”


(In "O amor... Sempre o amor...")

08 março 2023

A BELEZA SÓ EXISTE NA NOSSA MENTE…

 

                                                                                                                        ('Post' da Internet)


“O belo não existe no mundo em que vivemos, ouvimos ou tocamos…

Não reside em nada do que nos cerca…

Só existe na nossa mente…

Quando escutamos uma bela sinfonia, experimentamos algo que nos transporta…

Sim, é algo sublime, algo que nos domina, nos torna pequenos…

E existem outros sentimentos diferentes que nos subjugam…

Como, por exemplo, um quadro magnanimamente pintado…

 A todos parece evidente que contemplamos uma beleza que é inerente ao que se ouve ou se vê…

Mas, perdoem-me, não é bem assim…

A beleza não existe no mundo que vemos, ouvimos ou tocamos…

Aliás, ela não existe em nada que nos rodeia…

O mundo não possui beleza nenhuma…

O belo não é em nada uma propriedade inerente a ele…

A beleza é apenas criada pelo nosso cérebro…

Só existe na nossa mente como mais um prodígio do nosso cérebro…

Em tempos pensava-se que a beleza era um atributo imanente às coisas do mundo…

Ou constitutivo da obra artística criada…

A beleza tinha a sua existência em si mesma…

No objeto ou nos estímulos sensoriais externos…

E a pessoa era apenas um sujeito passivo, contemplativo…

Por outras palavras, a beleza era objetiva, com uma presença externa e eterna no mundo…

Mas hoje, pelo contrário, sabemos que a beleza é algo subjetivo…

Criado pelo ser humano e que não está fora, no mundo sensorial…

Hoje entendemos que a beleza é criada pelo ser humano…

Depois de observar e perceber certas características do objeto que ele contempla…

A beleza é, afinal, mais uma construção mental…

Composta de perceções, emoções, sentimentos e conhecimento...

No centro da nossa experiência de beleza está, pois, esse algo mais emocional…

O qual nasce daquilo que percebemos…

Um algo mais emocional evocado, como um fio invisível…

Provocado pelas palavras ao ler-se um poema…

Ou a visão de uma pintura ou escultura…

Ou o sublime som de uma sinfonia…

Ou de uma paisagem com múltiplos tons…

Ou mesmo um rosto de proporções perfeitas…

Mas, precisamente por ser uma emoção produzida no nosso cérebro profundo…

Onde se depositam as memórias mais íntimas e pessoais de cada um de nós…

Nem todos percebemos a beleza da mesma maneira, ou nas mesmas coisas…

Além disso, é uma espécie de emoção…

Que quando banhada de consciência torna-se sentimento…

Que faz com que cada ser humano, experimente a sua própria beleza…

Única e diferente de qualquer outra…

Que nos fique pois claro…

A apreciação da beleza é, em grande parte, produto da nossa experiência pessoal…

E claro, da educação que cada um recebe…

É isso que faz com que alguns percebam, de um modo especial…

A beleza na pintura, mas não na música…

Ou que na pintura alguns valorizem as cores, mas não tanto as formas ou os traços…

Ou, claro, que a música seja percebida de modo tão diverso por tantas pessoas diferentes…

Essa emoção que subjaz à apreciação da beleza…

É aquela que se expressa no prazer diante do que se vê ou se ouve…

O prazer, como expressão emocional inconsciente, é o componente básico na apreciação da beleza…

Mas não o prazer relacionado a esses prazeres básicos…

Aqueles que sustentam a sobrevivência do indivíduo…

Tais como os obtidos a partir da comida, da bebida, da sexualidade, do jogo…

O prazer associado com a beleza não é o prazer do desejo e do orgasmo…

O prazer, o deleite referido à beleza…

É conseguido pelos ingredientes neuronais adicionados no cérebro àqueles outros mais básicos….

São prazeres gerados em parte pela cultura em que vivemos…

E que estão além do cérebro emocional e da sua atividade primitiva…

São prazeres que surgem de uma interação muito próxima…

Entre o córtex cerebral humano e o cérebro emocional…

Por isso nenhum animal os possui...

Dessa interação nasce a consciência, a compreensão, o entendimento, a razão humana…

Precisamente este último, a interação com as coisas do mundo…

(O que chamamos de perceção)…

Produz o conhecimento, o outro ingrediente básico para a perceção da beleza…

Porque a beleza é isso na sua essência, prazer e conhecimento…

E, neste último, a capacidade cognitiva de perceber a ordem, a proporcionalidade, a simetria…

A clara delimitação do que é percebido…

E tudo isso tem muito a ver com a educação recebida e com a cultura em que nascemos e vivemos…

A arte, portanto, e com ela a beleza, é uma verdade subjetiva para cada um…

Sem dúvida, a beleza é um fenómeno cerebral…

Que mudou o mundo dos seres humanos…

E até as mitologias e verdades vivas de cada sociedade ou cultura…

A beleza, que não existe no mundo…

É, pois, talvez um dos grandes prodígios criados pelo cérebro humano…”


(In "Crónicas Mundanas...")

07 março 2023

PERDOAR… AMAR…

 

                                                                                                     (Fotografia da Internet)
 

“Jamais deixarei de perdoar...

Pois sei que assim...

Não mais terei de sofrer...

Com tudo o que me fere...

Sim! Continua a doer-me a alma com todas as feridas...

Que teimam em não cicatrizar...

Mas a minh'alma hoje...

Sabe que não existe ofensa, por maior que ela seja...

Que se sobreponha à magnitude do Amor...

Então...

Se a ofensa não é maior que o Amor...

Porque não perdoar?

Do meu Coração brota agora... Apenas...

Um Amor de Compaixão...

Por todos os espinhos que em mim jazem cravados...

E que jamais chegarão a ser flor...

Pois... Aprendi a perdoar...

E hoje...

Hoje deverei, apenas... Amar...”


(In "O amor... Sempre o amor...")