A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

22 março 2023

AMAR SEM RAZÕES…

 

                                                                                                                          ('Post' da Internet)


“O amor não tem razões…

As flores têm porquês?

Elas florescem porque florescem…

Pois eu cá, sou como as flores…

Amo, porque amo…

E não preciso saber porque amo…

Contento-me em, simplesmente, amar…

Sendo…

E se um dia souber porque amo…

Serei como flor arrancada da terra…

Ah! Amar é apenas ser, existir… Amando…

Amar… Doando-se…

Sem custos, nem trocas…

Amando o nada e sem ‘porquês’…

Não disse Pascal que «o coração tem razões que a própria razão desconhece…»

Não é que faltem razões ao coração…

As suas razões estão apenas escritas numa língua que desconhecemos…

E ai do amante que decifre esta língua…

Pois no dia que ele a entender…

O amor se irá de vez…

É que o amor só existe enquanto ignorante das suas razões…

Ao amor só lhe interessa mesmo é amar… Sem explicar…

E é assim que ele ama sem parar…

Como poderemos, pois, questionar…

O que que amamos quando amamos?

Isso seria o fim de qualquer história de amor…

Pois, esta pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar:

Que ao amar, amamos ‘algo’ que não o ‘objeto amado’…

Não, caros amantes…

Não há como fixar o amor em qualquer coisa sobre a terra…

Amamos sim, mas não é a nenhum ‘objeto’ que amamos…

Amamos uma outra coisa misteriosa que desconhecemos…

Mas que nos parece ver despontar no outro Ser…

Onde um outro ‘objeto’, afinal, se revela…

Um outro lugar onde nos encontramos com esta outra ‘coisa’…

Que, por pura graça, sem razões, desceu sobre nós… Os amantes…

Mas, por ser graça, sem razões…

Da mesma forma como desceu, poderá de novo partir…

E se isto acontecer deixaremos de amar…

E a nossa busca…

O novo amar… Um outro novo amor…

Recomeçará de novo…

E se o amor não tem razões…

Razão tinha Kundera:

«O amor começa no momento...

Em que uma mulher se inscreve com uma palavra na nossa memória poética…»

Gratidão, pois a todos aqueles a quem amei…

E àqueles que, também, me amaram…

Por me relembrarem o que é o amor…

O que é amar…

Que saibamos agora fazer do amor…

A mais bela poesia de vida…

Ou, simplesmente, continuar a amar…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

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