A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

05 fevereiro 2023

AMO-TE! OU SERÁ QUE APENAS TE QUERO?

 

                                                                                                                           ('Post' da Internet)

 

“«Amo-te!» – Disse o Principezinho...

«Eu também te quero!» - disse a Rosa…

«Não é o mesmo!» – Respondeu ele...

Querer é possuir algo... De alguém...

É procurar nos outros aquilo que nos enche as expectativas…

Querer é tornar nosso... O que não nos pertence...

É assumirmo-nos como donos... Ou desejarmos algo para nos completarmos...

Porque em algum ponto de nós mesmos reconhecemo-nos carentes...

Querer é apegar-se as coisas e as pessoas desde as nossas próprias necessidades...

Então... Quando não temos reciprocidade... Sobressai apenas sofrimento...

Quando o ‘bem’ querido não nos corresponde...

Sentimo-nos frustrados e dececionados...

Cada ser humano é um Universo...

Por isso... Amar é desejar o melhor para o outro…

Ainda que tenhamos motivações muito diferentes…

Amar é permitir que o outro seja feliz…

Ainda que os nossos caminhos sejam antagónicos…

Amar é um sentimento desinteressado... Que nasce no dar-se…

Dar-se por completo desde o coração...

Assim... O amor jamais será causa de sofrimento….

Quando alguém diz que sofreu por amor...

Na realidade sofreu por querer... Não por amar...

Sofremos pelo apego...

Se realmente amamos… Não podemos sofrer, pois nada esperamos do outro...

Quando amamos, entregamo-nos sem pedir nada em troca…

Apenas pelo simples prazer de dar…

Mas só podemos amar o que conhecemos…

Porque amar, implica tirar do vazio, confiar a vida e a alma...

E a alma não se pode indemnizar…

E conhecer-se é, justamente, saber do outro, das suas alegrias, da sua paz...

Mas, também dos seus ‘defeitos’, das suas ‘lutas’, dos seus ‘erros’....

Porque o amor transcende tudo isso...

Não é apenas para os momentos de alegria...

Amar é a confiança plena de que aconteça o que acontecer... Vamos estar...

Não porque o outro nos deva alguma coisa... Não com possessão egoísta…

Mas antes, estar em companhia silenciosa...

Amar é saber que o tempo não passa...

Amar é partilhar um lugar no nosso coração...

E… Dar amor…

Incrivelmente não se esgota...

Bem pelo contrario... O amor aumenta ainda mais...

«Já entendi» - Disse a Rosa...

«Não, não o entendas… VIVE-LO!» - disse o Principezinho...”

 

(In "O amor... Sempre o amor...")


Nota: Texto escrito a partir da obra de Antoine de Saint-Exupéry “O Principezinho”

04 fevereiro 2023

QUEM SOMOS?

                                                                              (Fotografia da Internet)


“Somos… O que somos…

E aquilo que somos está ainda por descobrir…

Quanto muito, poderemos saber o que não somos…

Não somos, por exemplo, do mundo…

E ao contrário do que muitos pensam, nem nele estamos…

Pois, o mundo não é…  Só nós somos!

O mundo, esse criamo-lo com a nossa imaginação…

Somos individualidade, singularidade, o mundo não!

Ah! Quem somos?

Será que o questionamento de nós mesmos nos levará a algum lado?

E precisaremos de conhecer todos os ‘porquês’ e todos os ‘comos’?

Estou em crer que o rol de perguntas nunca terminaria…

Por isso, eu cá, prefiro abandonar todos os desejos…

Manter a minha mente em silêncio…

E, aí sim, talvez descobrir alguma coisa…”


(In "Indualidades...")

03 fevereiro 2023

HOMEM DOMESTICADO…

 

                                                                                                                         ('Post' da Internet)

 

“O Homem foi domesticado pela sociedade…

E tornou-se dependente da multidão…

Hoje todos querem pertencer a alguma coisa…

A um país, a uma raça, a um clube, a uma religião…

E, por vezes, até isso lhes parece insuficiente…

 Não podem é ficar sozinhos…

Têm de estar constantemente cercados por outras pessoas….

Qual ilha rodeada de gente… Por todos os lados…

Só assim conseguem manter o foco, sentirem-se vivos…

Mas… A multidão não permite que o Homem seja ele mesmo…

 Por que tens medo da solidão, Ó Homem?

Não é a solidão uma das experiências mais bonitas da vida?

Ou será porque te fizeste também prisioneiro da tua mente?

 Afinal, ela mesmo mais um agente da multidão à qual tu pertences…

Sim, ela também está ao serviço da multidão…

A sociedade infiltrou-a como mais um agente…

Pois, assim, mais facilmente agirás de acordo com as suas regras…

 Queres ser livre Homem?

Coloca, então, a tua mente de lado e procura ficar sozinho contigo mesmo…

Pois com a mente jamais estarás realmente sozinho…

É que as vozes dos pais, dos professores, dos padres e dos políticos...

Estão gravadas na mente…

E a tua mente apenas continua a reproduzi-los…

Foi assim, que pouco a pouco a sociedade te domesticou, Ó Homem…”

 

(In “Indualidades…”)

02 fevereiro 2023

MORRER DE AMOR…

 

                                                                                                                         ('Post' da Internet)

 

“O amor é uma doença grave e muito contagiosa…

Ainda que benigna, é uma doença que nos devora…

O seu diagnóstico é fácil…

Basta verificar as profundas olheiras da alma…

Ah! Muitas noites mal dormidas…

Mas, sobretudo, muita ausência de abraços…

E sim, muitas dores…

No corpo, na alma… E no coração…

As febres interiores são elevadíssimas…

E progridem exponencialmente ao amar…

Levando-nos a dizer parvoíces e a fazer estupidezes…

Podendo mesmo, levar-nos à cegueira…

E em muitos casos até à loucura…

É uma doença que pode ser provocada…

E jamais impedida…

E quando a doença se generaliza, nada há a fazer…

Se forem vítimas desta fatal doença…

Não resistam…

Deixem-se apenas cair na cama…

E acalmem o amor febril entrelaçando os corpos no prazer…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

01 fevereiro 2023

ENSAIO SOBRE A LOUCURA…

                                                                                                                 (Fotografia da Internet)


“Olhar a vida através da loucura…

É como vislumbrar o mundo quando acordamos…

Para um mundo que ainda permanece entorpecido…

Sim, naquele lusco-fusco entre a sanidade e a insanidade…

Percecionando com o nosso Ser…

Realidades que ninguém mais vê…

De facto, precisamos ser muito loucos…

Para acompanhar este mundo apressado com os seus influxos contraditórios…

Por isso…

Para os loucos o mundo gira em torno deles…

E eles… Giram por aí…

Como folhas pelo ar…

Sem quererem saber onde vão cair…

É que o mundo é deles…

E eles dão-no para quem o quiser…

Ah! Louco é o mundo!

Loucos são apenas como moinhos de vento…

Onde habitam pensamentos esquecidos…

Pobre Dulcineia tão prendada…

E tão enredada nas loucuras de um Quixote…

E aquela outra…

Aquela que recebeu a orelha do Gogh…

Também seria verdade?

Ele seria louco… Por simplesmente amar…

Ou antes loucos, os que transformaram em milhões as suas pinturas?

Mas juntemos todos os tempos…

De Homero à antiguidade clássica...

Acrescentemos a idade média…

Sim, com os padres que curavam a loucura nas fogueiras…

E deixemos que Freud fique ocupado com o assunto…

É que a loucura é simples conjugação da inebriação e da ignorância…

Da nossa… Não da deles…

Mas engane-se quem pensa que o louco é prisioneiro dele mesmo…

Ou pior… Que os remédios lhe fazem bem…

É que o louco tem uma alma livre…

Uma alma que vive num corpo que não pertence a ninguém…

Talvez por isso a sociedade tema os loucos…

E sempre se quis ver livre deles…

Trancando-os em hospícios e manicómios…

Porque o diferente nos causa tanto medo?

Se a loucura não se transmite…

Não existirá uma certa loucura em cada um de nós?

Quem nunca cometeu um ato insano que atire a primeira pedra!

Não, eu não sou louco…

Louco é quem me chama!

E depois…

Ao perto ninguém é normal…”


(In "Crónicas Mundanas...")

31 janeiro 2023

AMOR EFÉMERO…

                             
                                                                                                                 (Fotografia da Internet)


“Talvez o amor não passe de uma deliciosa ilusão…

Mas quando ele acontece é aquela felicidade imensa…

Aquela felicidade que desejamos não ter mais fim…

Mas, não… O amor é efémero…

Pois, o amor é sentimento…

E dele não podemos erigir um monumento…

Por isso, meu amor…

Ama-me devagarinho…

Façamos durar este nosso amor…

E, pelo menos…

Perpetuá-lo enquanto dura…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

30 janeiro 2023

REFÚGIO DA MINH’ALMA…

 

                                                                             (Fotografia de M. Q.)

 

“Tu que jazes petrificada no silêncio da floresta…

Ó refúgio da minh’alma…

Tu que gritas calada, qual eco de esperança…

A dubiedade da vida…

Ah! Feliz de mim que te tenho como refúgio silencioso e aconchegante…

Sim, meu refúgio é também escrever…

Eu que escrevo para não enlouquecer…

Mas em ti, descanso o meu olhar…

Para poder renascer…

Ainda que também solidão, és meu refúgio…

Meu instante de meditação…

Pois é no teu silêncio mudo que melhor escuto o meu coração…

Transcendendo o mundo em absoluta união…

Numa contemplação que foge a qualquer compreensão…

Ah! Quantos mundos tu me abriste…

Quantos lugares a serem visitados...

Por isso me recolho sob a sombra do teu esplendor…

Pois, para além de refúgio da minh’alma…

És abrigo deste mundo insano que se foi fechando para mim…”


(In "Crónicas Mundanas...")

29 janeiro 2023

AMAR SEM FIM…

 

                                                                                                                (Fotografia da Internet)


“Precisamos viver intensamente…

Até se consumar o tempo que temos…

Precisamos abrandar o tempo de nos amar…

Amando-nos devagar e constantemente…

Afastar o último momento…

Refazendo o que o tempo desfez…

Até lá…

Vamos amar-nos ainda mais…

Com todas as nossas forças até que o tempo caia…

Depois…

De certeza que nos reencontraremos…

Num outro lugar…

Com um outro amar…

Talvez num tempo da delicadeza

Onde não precisaremos de dizer nada…

Apenas permanecer…

Como que encantados ao lado um do outro…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

28 janeiro 2023

O MUNDO… A VIDA… ATRAVÉS DUMA JANELA FLORIDA…

 

                                                                         (Fotografia de M. Q.)


“Um poema é como uma janela…

Se não o lermos… Se não a abrirmos…

Ficamos mais distantes do mundo… Da vida…

Mas, não basta ler o poema… Abrir a janela…

Se queremos ler o mundo… A vida…

Abrir, afinal, as janelas da nossa mente…

É preciso sonhar…

Sonhar com o que se poderia ver antes que a janela se abrisse…

É que o mundo… A vida…

Não são apenas aquilo que vemos quando se abrem as janelas…

É, pois, desta janela florida que eu me abro para o mundo… Para a vida…

É através dela que espreito os dias…

E de cada vez que a abro a cada manhã…

É como se escrevesse mais um novo poema…

Numa página nova da minha vida...

Ah! Quem escreve um poema, abre também uma janela…

Respira profundamente…

O ar que entra por ela…

Como se invadisse uma cela abafada…

Não, não peço mais nada ao mundo… À vida…

Aceito o que ele… Ou ela transborda através desta janela florida…

Sem expetativas e muito menos ambições…

Tudo isso faz-nos crer o que não é…

Contento-me, pois, em simplesmente abrir esta janela florida…

E olhar o céu, o homem que passa…

A criança que corre para a escola…

Os pardais que voam sem rumo…

Os gatos que dormitam, sonhando com os pardais…

As borboletas refletidas no espelho do ar…

Às vezes, um avião passa…

E as nuvens escurecem o céu…

Mas, tudo está certo, no seu lugar…

Cumprindo o seu destino…

E eu… Desta janela florida…

Me sinto completamente feliz…

Ainda que alguns digam que a felicidade não existe…

E outros que só existem diante desta janela florida…

Sabem…

Para além de sonhar…

É preciso aprender a olhar…

Se queremos aprender a ler o mundo… A vida…

Então…

Quando voltares a abrir a tua janela…

Lembra-te:

Sonha… E simplesmente contempla…

O mundo… A vida… São muito grandes…

Mas ambos cabem na tua janela…

E por maiores que sejam…

Tu és a janela pela qual os deves ver…”


(In "Cronicas Mundanas...")

27 janeiro 2023

AMOR MORIBUNDO…

 

                                                            (Fotografia da Internet)


“Sim, estou a envelhecer…

E com o avançar da idade…

Extinguem-se também as paixões…

Umas atrás das outras…

Mas o que mais me preocupa…

É que cresce a minha indiferença com os objetos dessas paixões…

A sensibilidade parece começar igualmente a turvar-se…

 E as relações sucedem-se sem deixar pegadas…

Os dias perdem a importância e, sobretudo, a cor…

Hoje cambaleio no amor…

Resta-me descansar a um canto…

Ah! Sou uma sombra daquele que muito amou…

Um fantasma do meu passado…

Pois, então…

Que esta sonolência se torne no meu último sonho…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

VIVER POETICAMENTE…

 

                                                                                                                         ('Post' da Internet)


“A vida desenrola-se entre aquilo que fazemos por obrigação…

Por mera sobrevivência…

E o que nos faz florescer…

O que nos faz amar…

Afinal, o que é essencial…

Não se trata, pois, de felicidade…

E depois…

A felicidade depende de uma multiplicidade de condições externas…

E não é algo contínuo…

Resta-nos, então, vivermos poeticamente a nossa vida…

E, talvez assim…

Encontrarmos, pelo menos, alguns momentos de êxtase…

Diante de tanta incerteza…

Reconheçamos os erros do caminho…

E caminhemos em direção a um mundo…

Que sabemos jamais será perfeito…

Mas que a cada dia, seja melhor…”


(In "Crónicas Mundanas...")

26 janeiro 2023

AMAR… SEMPRE AMAR!

 

                                                              (Fotografia da Internet)


"A minha vida tem sido marcada pelo amor…

Sim, claro…

Pelo meio aconteceram muitos ‘desamores’…

E também alguns dissabores…

E todos sabemos que o amor tem 'mil e uma facetas’…

Mas ‘aprendi’ com alguém que:

«O amor é a cola que cola o mundo, a vida!»

Por isso, publiquei também um livro intitulado “Amar o amor…”

Apenas uns ‘rascunhos’ de alguns momentos amorosos que experienciei…

Ou melhor, senti…

E tentei expressar por palavras…

Diga-se de passagem, ‘coisa difícil’, se não impossível…

Mas, como sempre disse, não tenho qualquer pretensão em ser poeta…

Já ser um fiel representante do amor, aí não direi que não…

Mesmo que me 'acusem' de amar o amor...

Ah! Que felicidade é viver em estado de amor….

Compreendo, alguns não entenderão…

Como explicar a esses?

Olhem…

Respirar, não é apenas agarrar e libertar o ar, mecanicamente…

É sermos e estarmos permanentemente conscientes desse ato sublime…

Até diria mais, divino!

Pois, existir, viver… É exatamente o mesmo…

É submeter-nos a esse mistério… Amando-o…

É que se ainda não perceberam…

A vida é frágil… Passível…

Sobrenatural... Sensível…

E só através do amor poderemos despertador todos os sentidos…

Quantos de nós já comprovámos que…

Quando o amor está ausente, a nossa vitalidade esmorece…

Aquela força que necessitamos para viver em plenitude…

Só se obtém, amando…

Amar significa abrir-nos…

Romper o círculo do isolamento…

Estar plenamente connosco e com o outro…

Mário Quintana diz que «o amor é quando a gente mora um no outro»…

Sim, posso comprovar…

E alguns de vós também concordarão:

Nós os que amamos desalmadamente, somos, de certa maneira, mais vulneráveis…

Não podemos fazer de conta…

E claro, o amor expõe-nos também com maior intensidade ao sofrimento…

Como disse António Lobo Antunes:

«Há só uma maneira de não sofrer: é não amar»…

Pois eu cá… Ainda que sofra…

Prefiro continuar a amar!"


(In "O amor... Sempre o amor...")

25 janeiro 2023

DEUS EXISTE?

 

                                                                                (Fotografia da Internet)


“Não sei se existe Deus, ou não…

E o que é que essa crença contribuiria para a minha felicidade?

Se é que existe também isso a que o Homem chama de felicidade…

O que eu sei é que jamais conseguiria viver com esta visão amarga…

Olhem para o mundo?

Já viram alguma história mais sangrenta?

Ou existe Deus, ou então a vida não tem sentido nenhum…

Bastaria nascermos… E a morte!

O pelo meio seria uma história de ninguém…

Porque o Homem sofre tanto?

Que dívida é essa que temos de pagar?

A prova da existência de Deus…

É que Ele tentou criar algo sublime…

E acabou errando também…

Deus é uma necessidade…

Se não acreditasse em Deus…

Mais do que sofrer…

Seria mais um abandonado…

Um desesperado…”


(In "Crónicas Mundanas..."