"Amas-me?
Loucamente!
Pensas
em mim?
Sempre
com o coração...
Beija-me...
Sim...
Como se fizéssemos amor..."
(In "O amor... Sempre o amor...")
"Amas-me?
Loucamente!
Pensas
em mim?
Sempre
com o coração...
Beija-me...
Sim...
Como se fizéssemos amor..."
(In "O amor... Sempre o amor...")
“Ah!
Quantas vezes me questionei?
E muitas
mais duvidei...
Como
eu Te procurei, Senhor...
E como
que do nada...
No momento
sem tempo...
No lugar
mais solitário dentro de mim mesmo...
Estendeste
para mim a tua esteira...
Ah!
Assim que ouvi o teu apelo...
Corri
desenfreadamente em busca dessa tua Luz Grandiosa...
Hoje...
Como
que a minha mente despertou de uma longa letargia...
Demasiado
longa...
Hoje...
Não sou
mais esse homem humilhado...
Em que
a luz morre no coração dos aflitos...
Em
que a dor faz casulo do sofrimento...
Em
que os prisioneiros choram na sua prisão...
Hoje...
Quebrei
definitivamente as cadeias do tempo!
E ouço
claramente, Senhor, os teus passos na esteira da minha vida...
É como
se a corrente do pensamento universal fluísse gentilmente no meu coração...
Os meus
sentidos estão agora mais vigilantes...
Pois...
Também tive de abrir os meus ouvidos às profundezas do coração...
Curiosamente...
Tive de encerrar os meus olhos...
Para
Te ver... Afinal... Dentro de mim mesmo...
Por
isso... Te peço, Senhor...
Se, porventura,
os portais do meu coração se voltarem a fechar...
Rebenta-os
e entra na minha Alma!
E Senhor,
por favor, jamais voltes para trás...
Sabes
que eu...
Hoje...
Estou aqui para Te servir!
E eu...
Seguir-Te-ei!
E nada
temerei!”
("In Crónicas Mundanas...")
“Jamais
me questionem o que é a salvação?
E
muito menos onde a encontrar...
Sabem...
É que eu não sou investigador...
Apenas
sinto...
E
vivo agarrado a esta Terra...
Por
mim... Correm os seus rios...
Levando
na sua corrente...
Ganhos...
E perdas...
Amores...
E 'desamores'...
Sorrisos...
E lágrimas...
Mas
'coisas'... Afinal...
Que
sempre se misturam...
Sobre
as suas águas...
Ah!
Como és Grandiosa Pachamama!
As
tuas manhãs chegam-nos sempre com profundos matizes...
E os
ocasos... Esses estendem-nos os seus véus de carmesim...
E as
tuas noites caem como suaves afetos de uma Mãe...
E no
céu... As Estrelas elevam as tuas orações...
Ah!
E que dizer do ritmo das tuas ondas?
Nelas...
Silenciosamente... Dançam os nossos corações...
E
das tuas belas Montanhas?
Ah!
Essas são os limites da minha liberdade!
Não
desejo, pois, apegar-me a nada...
Pretendo,
apenas, que me deixes fluir no teu seio...
Içando
as minhas velas ao vento que sopras...
Permite-me,
pois, Ó Grande Caminhante...
Caminhar
a teu lado...
Percorrer
os teus mil caminhos...
Sem
fim... Nem chegadas...
E
sentir em cada pequeno passo que dou...
O
teu chão Sagrado...
Ah!
A salvação?
Pois...
Talvez seja, afinal, apenas o tesouro do caminho...
Encoberto
pela Luz... E pelas sombras...
Nos
eternos instantes da Criação...”
(In "Crónicas Mundanas...")
"Vem
sentar-te comigo à beira-rio, meu amor...
Vem...
Para
juntos contemplarmos o seu curso…
Quem
sabe…
Talvez
aprendamos a perceber como a vida passa… Também…
Não
dizem que a vida é como um rio?
Que
passa… E não fica…
Mas
não te preocupes, meu amor…
Quer
nos importunemos, quer não…
Passamos
como o rio…
Aconteça
o que acontecer…
O
rio sempre corre para o mar….
Amemo-nos,
pois, tranquilamente… Meu amor…
Apenas
nos amemos…
Ouvindo
correr o rio… E vendo-o passar…
Como
se fossemos crianças que correm no rio da vida…
Amando…
Amando-se… Amando-nos…”
(In "O amor... Sempre o amor...")
“Ao
longo dos tempos, a Mulher teve um papel milenar…
Como
mediadora entre os planos Divino e Humano…
Desde
os primórdios da Humanidade…
Coube
às Mulheres a responsabilidade de perceber os ‘avisos’…
Os
sinais e as manifestações sobrenaturais e transmiti-los à comunidade…
Sabiam
que durante muito tempo (tempos Ancestrais)…
Deus
era entendido e representado como Mulher?
A
Mulher – representante da Deusa na Terra –
Foi
respeitada pelo seu poder de conceber e nutrir a Vida…
E
pela sua profunda conexão com os planos subtis e a Natureza…
A
Mulher sempre foi regida pela Lua…
E a
Ela estava conectada através do seu ciclo menstrual…
Considerada
uma representação da Deusa…
A
Lua era honrada pelas Mulheres durante a fase da Lua Negra…
Ou
na sua fase menstrual, nas quais se dedicavam à introspeção…
Ao
silêncio, à Cura, à conexão com o Divino…
Esse
retiro tinha como propósito não apenas a renovação e o fortalecimento pessoal…
Mas
era também uma oportunidade de trabalhar em benefício da comunidade…
A
perceção subtil intrínseca à Natureza Feminina…
Tornava-se
muito mais ampla e aguçada durante a menstruação…
Permitindo às Mulheres atravessarem mais facilmente...
Os ‘véus’ que separam os mundos…
Ao
retornarem do seu isolamento…
As
Mulheres traziam mensagens e orientações dos Ancestrais…
Dos
Seres da Natureza e das Deusas…
Sendo
assim reconhecidas e honradas como ‘porta-vozes’ do Além…
Já
durante o período neolítico, nas culturas matriarcais…
A
Mulher desempenhava a sua função de intermediária entre o Sagrado e o Profano…
Fosse
como Sacerdotisa, profetisa ou visionária…
Existem
inúmeros lugares Sagrados por esse mundo fora…
Onde
podemos comprovar a existência de inúmeras câmaras oraculares…
De nichos para sonhos incubatórios...
E de janelas especiais nas paredes dos inúmeros
templos…
Aonde
a comunidade ia para ouvir a voz da Deusa…
Manifestada
através das suas Sacerdotisas…
Um
dos mais famosos Oráculos do Mundo Antigo…
Delfos,
era dedicado a Python, a grande Serpente Sagrada…
Filha
partenogenética da Terra, que personificava o Espírito Profético de Gaia…
Nesse
Templo, após rigorosas purificações e preparações, as Sacerdotisas Oraculares…
–
Chamadas Pitonisas –
Entravam em transe...
E transmitiam as mensagens para todos aqueles que as procuravam…
Mesmo
após a usurpação do Templo pelos sacerdotes de Apollo…
O
Oráculo continuou a ser um atributo das Sacerdotisas…
Pois
Python transmitia os seus segredos apenas às Mulheres…
Com
o advento das sociedades patriarcais…
As
Mulheres perderam os seus direitos…
Sendo
dominadas, subjugadas, perseguidas e silenciadas…
No
Império Romano, as Mulheres ainda desempenhavam funções Sacerdotais…
Mas
foram excluídas da vida social…
Não
tendo permissão para estudar ou para falar em público…
A
Educação era reservada apenas às cortesãs…
Para
que pudessem entreter os homens com sua erudição…
O
Cristianismo, através dos seus dogmas, proscrições e proibições…
Marginalizou
e aniquilou definitivamente os valores Femininos…
Excluindo
as Mulheres do Sacerdócio…
Relegando-as
às funções procriadoras e ao serviço do lar, da família e da comunidade...
Nos
dogmas cristãos por não ter sido criada à imagem e semelhança de Deus…
(Mas
da costela de Adão, um homem)…
Por
ter comido da Árvore do Conhecimento seguindo o conselho da Serpente…
E
por ter sido castigada com a expulsão do Paraíso e para parir com dores…
A
Mulher tornou-se a origem de todos os males infligidos à Humanidade…
Sendo
vista como a fonte do pecado, do mal e da luxúria…
A
consequência foi a sua total desconsideração…
Passando
a ser julgada incapaz de pensar e proibida de falar…
A
repressão religiosa, familiar e social colocou vendas nos olhos…
E
mordaças na boca das Mulheres…
Quando,
outrora, representavam a origem da Vida e a Fonte da Sabedoria…
Após
os horrores da Inquisição…
As
Mulheres levaram ainda alguns séculos para emergir da escuridão…
Até
que, no início do século passado…
Conseguiram
recuperar o direito de falar, trabalhar e votar…
O
século XX pode ser considerado…
A
retificação dos dezanove séculos de opressão e silêncio forçado…
Facilitando
a compreensão do movimento feminista…
Como
um pêndulo oscilando entre dois extremos…
Ávidas
por expressão, as Mulheres ‘foram à luta’…
Na
tentativa de recuperar o tempo perdido…
Hoje,
felizmente, ninguém mais duvida da sua capacidade…
Seja
na área social, política, económica ou científica…
Seja
no setor literário, artístico, terapêutico ou místico…
Pagando
o alto preço da jornada dupla ou tripla de trabalho…
A
Mulher saiu do anonimato e está a conquistar um ‘lugar ao sol’…
Competindo
de igual para igual com os homens…
E é
neste ponto que entendemos que…
O
pêndulo perde o seu equilíbrio:
As
Mulheres, ao assumirem características que não são intrínsecas à sua natureza…
– Imitando
o comportamento e apropriando-se dos valores ou do 'discurso masculino' –
Exageram
a sua autoafirmação e querem ser ouvidas a qualquer custo…
Talvez
por isso a Mulher contemporânea fale demais…
Esquecendo-se
que somente no Silêncio pode ser ouvida a sua Voz Interior…
Que
a sua força não vem da agressividade ou da combatividade…
Mas
sim da Compreensão, da Sensibilidade, da Criatividade e da Sabedoria…
Por
mais que o mundo exterior a solicite, pressione ou agrida…
A
Mulher moderna precisa de relembrar como proteger-se e como fortalecer-se…
Buscando
dentro de Si o seu verdadeiro Eu…
Ouvindo
a sua Sabedoria inata e expressando, com convicção e competência…
O
seu potencial de Maga:
Saber,
Querer, Ousar…
E
calar!”
(In "Crónicas Mundanas..,.")
“Tudo
o que se sente na vida, sente-se no coração…
O
coração é como um metrónomo da vida…
Mas
parece que o Homem se esqueceu disso…
Prefere
viver descompassado…
Se
alguém pudesse colocar um metrónomo no seio da Terra…
Talvez
não nos desentendêssemos tanto…
Porque
o Homem se esqueceu do metrónomo que leva no peito?
Não
seria maravilhoso se vibrássemos ao ritmo deste sensível metrónomo?
E
percebêssemos como poderíamos ter uma vida mais palpitante…
É
que ser livre também é bailar ao ritmo do coração…
Ah!
Como é bela a música do coração…
Ela
tem um poder positivo...
Um
poder mais que biológico…
Ela
é uma terapia para as almas doentes...
Um
consolo para os sofredores…
Vamos
Homens…
Deixem
vibrar vagamente essa música tão pura…
Essa
música da alma, a música dos vossos corações…
E
não importa o ritmo a que vibre…
Seja
de manifestação espontânea, ou de alma intelectual…
Ela
é apenas arte musical…
É o
traço de união que ameniza o temperamento…
Domestica
o instinto…
E
depois…
É a
melhor sintonia que se pode fazer entre a música e o silêncio…”
(In "O amor... Sempre o amor...")
"Deixem-me
estar só...
Não
me levem a mal...
Gosto
de todos vós...
Mas,
quero estar só...
É
que preciso de me libertar...
Sim,
de vós...
Mas
de mim também..."
(In "Crónicas Mundanas...")
“É
na noite imensa que escolho sonhar…
Desligar-me
das coisas mundanas…
E
viajar além da terra, além do céu…
Tendo
a Via-Láctea como autoestrada astral……
É um
sem-fim de estrelas…
Que
falam da dimensão do universo…
Do
universo em nós…
Serão
as estrelas a nossa própria luz a nos guiar?
Ah!
Percebo agora porque o meu coração é tão iluminado…
Aprendi
com a vida a ouvir e a entender as estrelas…
E
elas ensinaram-me que o amor é o caminho…
Foi,
assim, que descobri que ele, tal como elas…
Sempre
estiveram ao meu lado…
Tão
presente como a luz do dia…
Ao
alcance de um pequeno olhar…”
(In "O amor... Sempre o amor...")
“O
poeta inspira-se…
A
poesia nasce…
O
que fica a faltar?
Lerem-me,
caros leitores!
Leiam-me
como se eu fosse o vosso último alimento…
Leiam-me
como se não houvesse amanhã…
Leiam-me
e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração…
Leiam-me
como se eu fosse o céu que vos sustenta…
Ou,
simplesmente…
Como
se eu fosse apenas um outro alguém…
Ainda
que sendo eu simples poesia...
Leiam-me...
Para
que eu passe a fazer também parte de vós…”
(In "Crónicas Mundanas...")
“Todos nós precisamos de abraços diários...
Pois,
abraçar é como uma terapia…
É
medicinal, acalma… Acalma-nos…
Ah!
Que bom que é…
Quando
abraçamos alguém de quem gostamos…
Abraços
apertados construem relações de confiança…
Proporcionam-nos
a sensação de segurança…
Curam
sentimentos de solidão…
Mas,
o abraço precisa ser longo…
Não
vale um abracinho…
Pois,
abraço é dar e receber…
Deixando
o amor fluir nos dois sentidos…”
(In "O amor... Sempre o amor...")
"Não
desistas...
Os
ventos mudam...
Rema,
então...
O
mar ensina-te...
Não
desistas de remar..."
(In "Crónicas Mundanas...")
"Tudo
te dou...
Até
o meu sangue quente...
Que
as minhas veias inflamam...
Dou-te
tudo o que tenho...
Uma vez que tudo o mais é supérfluo...
E
que fatalmente se extinguirá em chamas...
Dou-te
a minha alma e as minhas asas...
Leva
tudo de mim...
E se
quiseres mais é só me pedires...
Até
o meu coração...
Até
minha própria vida..."
(In "O amor... Sempre o amor...")
“Sou
como um farol solitário…
Que
se ergue junto ao vasto mar…
Iluminando
onde não há mais nada…
O
indizível, a dor, os prantos do mundo…
Qual
luz que dilacera a escuridão…
Rosto
extremo de todos os desejos mais obscuros…
Que
as distâncias extinguem lentamente…
Afagando
a minha solidão…”
(In "Crónicas Mundanas...")
“Quem
não acredita em sereias...
Não
conhece os segredos do amar…
É
nas noites de luar...
Que
elas cantas sem parar…
Ó minha sereia do mar…
Como
eu gostaria de ouvir o teu cantar…
E
fazer a minha alma encantar…
E dessa forma…
Aprender
contigo a conjugar o verbo amar…
Aqui…
E
além-mar…
Para
os outros não sei…
Mas,
para mim…
Tu
és a sereia da minha praia…
E
sei que vou te amar…
Nas
cristas das ondas…
Que
fazem ondular o meu coração…
Que
se deixou apaixonar…
Canta…
Canta minha sereia…
Canta
só para mim…
Vem
sentir a minha paixão…
Ouvir
o meu coração…
Que
bate por ti nesta minha solidão…
Vem…
Antes
que o tempo passe também por nós…”
(In "O amor... Sempre o amor...")