“Jamais
me questionem o que é a salvação?
E
muito menos onde a encontrar...
Sabem...
É que eu não sou investigador...
Apenas
sinto...
E
vivo agarrado a esta Terra...
Por
mim... Correm os seus rios...
Levando
na sua corrente...
Ganhos...
E perdas...
Amores...
E 'desamores'...
Sorrisos...
E lágrimas...
Mas
'coisas'... Afinal...
Que
sempre se misturam...
Sobre
as suas águas...
Ah!
Como és Grandiosa Pachamama!
As
tuas manhãs chegam-nos sempre com profundos matizes...
E os
ocasos... Esses estendem-nos os seus véus de carmesim...
E as
tuas noites caem como suaves afetos de uma Mãe...
E no
céu... As Estrelas elevam as tuas orações...
Ah!
E que dizer do ritmo das tuas ondas?
Nelas...
Silenciosamente... Dançam os nossos corações...
E
das tuas belas Montanhas?
Ah!
Essas são os limites da minha liberdade!
Não
desejo, pois, apegar-me a nada...
Pretendo,
apenas, que me deixes fluir no teu seio...
Içando
as minhas velas ao vento que sopras...
Permite-me,
pois, Ó Grande Caminhante...
Caminhar
a teu lado...
Percorrer
os teus mil caminhos...
Sem
fim... Nem chegadas...
E
sentir em cada pequeno passo que dou...
O
teu chão Sagrado...
Ah!
A salvação?
Pois...
Talvez seja, afinal, apenas o tesouro do caminho...
Encoberto
pela Luz... E pelas sombras...
Nos
eternos instantes da Criação...”
(In "Crónicas Mundanas...")
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