A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

10 dezembro 2022

A PROPÓSITO DA ENERGIA SAGRADA FEMININA QUE TARDA EM SE IMPOR… AS MULHERES HOJE FALAM DEMAIS!

 

                                                                                 ('Post' da Internet)


“Ao longo dos tempos, a Mulher teve um papel milenar…

Como mediadora entre os planos Divino e Humano…

Desde os primórdios da Humanidade…

Coube às Mulheres a responsabilidade de perceber os ‘avisos’…

Os sinais e as manifestações sobrenaturais e transmiti-los à comunidade…

Sabiam que durante muito tempo (tempos Ancestrais)…

Deus era entendido e representado como Mulher?

A Mulher – representante da Deusa na Terra –

Foi respeitada pelo seu poder de conceber e nutrir a Vida…

E pela sua profunda conexão com os planos subtis e a Natureza…

A Mulher sempre foi regida pela Lua…

E a Ela estava conectada através do seu ciclo menstrual…

Considerada uma representação da Deusa…

A Lua era honrada pelas Mulheres durante a fase da Lua Negra…

Ou na sua fase menstrual, nas quais se dedicavam à introspeção…

Ao silêncio, à Cura, à conexão com o Divino…

Esse retiro tinha como propósito não apenas a renovação e o fortalecimento pessoal…

Mas era também uma oportunidade de trabalhar em benefício da comunidade…

A perceção subtil intrínseca à Natureza Feminina…

Tornava-se muito mais ampla e aguçada durante a menstruação…

Permitindo às Mulheres atravessarem mais facilmente...

Os ‘véus’ que separam os mundos…

Ao retornarem do seu isolamento…

As Mulheres traziam mensagens e orientações dos Ancestrais…

Dos Seres da Natureza e das Deusas…

Sendo assim reconhecidas e honradas como ‘porta-vozes’ do Além…

Já durante o período neolítico, nas culturas matriarcais…

A Mulher desempenhava a sua função de intermediária entre o Sagrado e o Profano…

Fosse como Sacerdotisa, profetisa ou visionária…

Existem inúmeros lugares Sagrados por esse mundo fora…

Onde podemos comprovar a existência de inúmeras câmaras oraculares…

De nichos para sonhos incubatórios...

E de janelas especiais nas paredes dos inúmeros templos…

Aonde a comunidade ia para ouvir a voz da Deusa…

Manifestada através das suas Sacerdotisas…

Um dos mais famosos Oráculos do Mundo Antigo…

Delfos, era dedicado a Python, a grande Serpente Sagrada…

Filha partenogenética da Terra, que personificava o Espírito Profético de Gaia…

Nesse Templo, após rigorosas purificações e preparações, as Sacerdotisas Oraculares…

– Chamadas Pitonisas –

Entravam em transe...

E transmitiam as mensagens para todos aqueles que as procuravam…

Mesmo após a usurpação do Templo pelos sacerdotes de Apollo…

O Oráculo continuou a ser um atributo das Sacerdotisas…

Pois Python transmitia os seus segredos apenas às Mulheres…

Com o advento das sociedades patriarcais…

As Mulheres perderam os seus direitos…

Sendo dominadas, subjugadas, perseguidas e silenciadas…

No Império Romano, as Mulheres ainda desempenhavam funções Sacerdotais…

Mas foram excluídas da vida social…

Não tendo permissão para estudar ou para falar em público…

A Educação era reservada apenas às cortesãs…

Para que pudessem entreter os homens com sua erudição…

O Cristianismo, através dos seus dogmas, proscrições e proibições…

Marginalizou e aniquilou definitivamente os valores Femininos…

Excluindo as Mulheres do Sacerdócio…

Relegando-as às funções procriadoras e ao serviço do lar, da família e da comunidade...

Nos dogmas cristãos por não ter sido criada à imagem e semelhança de Deus…

(Mas da costela de Adão, um homem)…

Por ter comido da Árvore do Conhecimento seguindo o conselho da Serpente…

E por ter sido castigada com a expulsão do Paraíso e para parir com dores…

A Mulher tornou-se a origem de todos os males infligidos à Humanidade…

Sendo vista como a fonte do pecado, do mal e da luxúria…

A consequência foi a sua total desconsideração…

Passando a ser julgada incapaz de pensar e proibida de falar…

A repressão religiosa, familiar e social colocou vendas nos olhos…

E mordaças na boca das Mulheres…

Quando, outrora, representavam a origem da Vida e a Fonte da Sabedoria…

Após os horrores da Inquisição…

As Mulheres levaram ainda alguns séculos para emergir da escuridão…

Até que, no início do século passado…

Conseguiram recuperar o direito de falar, trabalhar e votar…

O século XX pode ser considerado…

A retificação dos dezanove séculos de opressão e silêncio forçado…

Facilitando a compreensão do movimento feminista…

Como um pêndulo oscilando entre dois extremos…

Ávidas por expressão, as Mulheres ‘foram à luta’…

Na tentativa de recuperar o tempo perdido…

Hoje, felizmente, ninguém mais duvida da sua capacidade…

Seja na área social, política, económica ou científica…

Seja no setor literário, artístico, terapêutico ou místico…

Pagando o alto preço da jornada dupla ou tripla de trabalho…

A Mulher saiu do anonimato e está a conquistar um ‘lugar ao sol’…

Competindo de igual para igual com os homens…

 

E é neste ponto que entendemos que…

O pêndulo perde o seu equilíbrio:

As Mulheres, ao assumirem características que não são intrínsecas à sua natureza…

– Imitando o comportamento e apropriando-se dos valores ou do 'discurso masculino' –

Exageram a sua autoafirmação e querem ser ouvidas a qualquer custo…

Talvez por isso a Mulher contemporânea fale demais…

Esquecendo-se que somente no Silêncio pode ser ouvida a sua Voz Interior…

Que a sua força não vem da agressividade ou da combatividade…

Mas sim da Compreensão, da Sensibilidade, da Criatividade e da Sabedoria…

Por mais que o mundo exterior a solicite, pressione ou agrida…

A Mulher moderna precisa de relembrar como proteger-se e como fortalecer-se…

Buscando dentro de Si o seu verdadeiro Eu…

Ouvindo a sua Sabedoria inata e expressando, com convicção e competência…

O seu potencial de Maga:

Saber, Querer, Ousar…

E calar!”


(In "Crónicas Mundanas..,.")

08 dezembro 2022

CORAÇÃO: O METRÓNOMO DA VIDA…

 

                                                                                                                          ('Post' da Internet)


“Tudo o que se sente na vida, sente-se no coração…

O coração é como um metrónomo da vida…

Mas parece que o Homem se esqueceu disso…

Prefere viver descompassado…

Se alguém pudesse colocar um metrónomo no seio da Terra…

Talvez não nos desentendêssemos tanto…

Porque o Homem se esqueceu do metrónomo que leva no peito?

Não seria maravilhoso se vibrássemos ao ritmo deste sensível metrónomo?

E percebêssemos como poderíamos ter uma vida mais palpitante…

É que ser livre também é bailar ao ritmo do coração…

Ah! Como é bela a música do coração…

Ela tem um poder positivo...

Um poder mais que biológico…

Ela é uma terapia para as almas doentes...

Um consolo para os sofredores…

Vamos Homens…

Deixem vibrar vagamente essa música tão pura…

Essa música da alma, a música dos vossos corações…

E não importa o ritmo a que vibre…

Seja de manifestação espontânea, ou de alma intelectual…

Ela é apenas arte musical…

É o traço de união que ameniza o temperamento…

Domestica o instinto…

E depois…

É a melhor sintonia que se pode fazer entre a música e o silêncio…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

APENAS SÓ...

 

                                                                                                                 (Fotografia da Internet)


"Deixem-me estar só...

Não me levem a mal...

Gosto de todos vós...

Mas, quero estar só...

É que preciso de me libertar...

Sim, de vós...

Mas de mim também..."


(In "Crónicas Mundanas...")

07 dezembro 2022

AMOR… O CAMINHO ESTELAR…

 

                                                                       ('Post' da Internet)


“É na noite imensa que escolho sonhar…

Desligar-me das coisas mundanas…

E viajar além da terra, além do céu…

Tendo a Via-Láctea como autoestrada astral……

É um sem-fim de estrelas…

Que falam da dimensão do universo…

Do universo em nós…

Serão as estrelas a nossa própria luz a nos guiar?

Ah! Percebo agora porque o meu coração é tão iluminado…

Aprendi com a vida a ouvir e a entender as estrelas…

E elas ensinaram-me que o amor é o caminho…

Foi, assim, que descobri que ele, tal como elas…

Sempre estiveram ao meu lado…

Tão presente como a luz do dia…

Ao alcance de um pequeno olhar…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

A POESIA… É DO LEITOR…

 

                                                                    ('Post' da Internet)


“O poeta inspira-se…

A poesia nasce…

O que fica a faltar?

Lerem-me, caros leitores!

Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento…

Leiam-me como se não houvesse amanhã…

Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração…

Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta…

Ou, simplesmente…

Como se eu fosse apenas um outro alguém…

Ainda que sendo eu simples poesia...

Leiam-me...

Para que eu passe a fazer também parte de vós…”


(In "Crónicas Mundanas...")

06 dezembro 2022

ABRAÇOS… MUITOS… E BEM APERTADOS!

 

                                                                                                                          ('Post' da Internet)


“Todos nós precisamos de abraços diários...

Pois, abraçar é como uma terapia…

É medicinal, acalma… Acalma-nos…

Ah! Que bom que é…

Quando abraçamos alguém de quem gostamos…

Abraços apertados construem relações de confiança…

Proporcionam-nos a sensação de segurança…

Curam sentimentos de solidão…

Mas, o abraço precisa ser longo…

Não vale um abracinho…

Pois, abraço é dar e receber…

Deixando o amor fluir nos dois sentidos…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

REMAR...

 

                                                                   (Fotografia da Internet)


"Não desistas...

Os ventos mudam...

Rema, então...

O mar ensina-te...

Não desistas de remar..."


(In "Crónicas Mundanas...")

05 dezembro 2022

TUDO TE DOU!

 

                                                                                                ('Post' da Internet)


"Tudo te dou...

Até o meu sangue quente...

Que as minhas veias inflamam...

Dou-te tudo o que tenho...

Uma vez que tudo o mais é supérfluo...

E que fatalmente se extinguirá em chamas...

Dou-te a minha alma e as minhas asas...

Leva tudo de mim...

E se quiseres mais é só me pedires...

Até o meu coração...

Até minha própria vida..."


(In "O amor... Sempre o amor...")

FAROL SOLITÁRIO…

 

                                                      (Fotografia da Internet)


“Sou como um farol solitário…

Que se ergue junto ao vasto mar…

Iluminando onde não há mais nada…

O indizível, a dor, os prantos do mundo…

Qual luz que dilacera a escuridão…

Rosto extremo de todos os desejos mais obscuros…

Que as distâncias extinguem lentamente…

Afagando a minha solidão…”


(In "Crónicas Mundanas...")

02 dezembro 2022

MINHA SEREIA… DO MAR…

 

                                                                      ('Post' da Internet)


“Quem não acredita em sereias...

Não conhece os segredos do amar…

É nas noites de luar...

Que elas cantas sem parar…

Ó minha sereia do mar…

Como eu gostaria de ouvir o teu cantar…

E fazer a minha alma encantar…

            E dessa forma…     

Aprender contigo a conjugar o verbo amar…

Aqui…

E além-mar…

Para os outros não sei…

Mas, para mim…

Tu és a sereia da minha praia…

E sei que vou te amar…

Nas cristas das ondas…

Que fazem ondular o meu coração…

Que se deixou apaixonar…

Canta… Canta minha sereia…

Canta só para mim…

Vem sentir a minha paixão…

Ouvir o meu coração…

Que bate por ti nesta minha solidão…

Vem…

Antes que o tempo passe também por nós…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

MULHERES QUE CORREM… COM MOTAS…

 

                                                                                                                  (Fotografia da Internet)


“A vida e o amor são como fases…

Que vão e voltam…

Ou seja, uma viajem…

Com muitas paragens…

Idas… E voltas…

E uns viajam com paixão… E outros não…

E há, ainda, quem o faça… Correndo com as motas…

Pois, é na velocidade…

Que a paixão morre e é trazida de volta...

As mulheres que correm… Com motas…

Deixam a grande celeridade tudo o que está para trás…

São as sonhadoras de todas as que procuram e as que encontram…

Pois dedicam-se a acelerar em toda a viajem…

Esta é a principal ocupação das mulheres que correm… Com motas…

E como toda a arte...

Correr com motas é visceral, não cerebral...

Mas, as mulheres que correm... Com motas...

Elas sabem acelerar e travar…

Elas sabem sentir, disfarçar e amar profundamente…

Sim… Correr com motas é essencial à sua saúde mental…

E até mesmo espiritual…

As mulheres que correm… Com motas…

Elas são apenas almas femininas...

Talvez mesmo, a origem do feminino…

Pois, elas são tudo o que for instintivo…

Tanto do mundo visível, quanto do oculto…

Elas são a força da vida-morte-vida…

A intuição, a vidência, as que escutam com atenção e têm o coração leal…

Elas deixam o seu rastro de alma de mulher no asfalto aquecido…

Enchendo as outras mulheres de vontade de também se encontrarem…

Se libertarem… E amarem…

Ah! As mulheres que correm… Com motas…

São ideias, sentimentos, impulsos e recordações…

Elas são a fonte, a luz, a noite e o amanhecer…

Elas são o cheiro do escape quando flameja…

Elas são a voz que diz: "Por aqui, por aqui!"

Elas enfurecem-se diante da injustiça…

Elas giram, afinal, como como se fossem mais uma roda das suas motas…

São as criadoras dos ciclos…

Elas são, afinal, tudo que nos mantém vivos…

Quando achamos que chegamos ao fim…

Por isso...

Os companheiros das mulheres que correm… Com motas…

Só poderão ser aqueles que têm também...

Uma profunda tenacidade e resistência de alma…

Aqueles que sabem coexistir com a sua própria natureza instintiva…

E que sabem ir além do fato de cabedal que reveste a alma dessas mulheres…

Mas não pensem que as mulheres que correm… Com motas…

Não choram também…

É que ser uma árvore florida e estar cheia de seiva é essencial…

E chorar para elas, não é sinal de fraqueza…

Antes, um outro escape para que a vida continue em vez de entrar em colapso…

E quando as lágrimas são a mais…

Soltam-nas no asfalto e correm na sua moto para um lugar novo…

Um lugar melhor...

E no amor…

Como amam as mulheres que correm… Com motas?

Sim, sempre a três…

Não nos esqueçamos jamais da sua mota…

Pois o amor para elas compete no mundo da alma…

E tudo é uma dança com a vida e a morte…

Por isso são fortes…

Não, não confundam com musculadas…

Elas encontram o seu próprio brilho feminino sem rugir…

Vivem ativamente com a natureza selvagem de uma maneira muito própria…

Ou seja, vivem e sobrevivem…

Como vos admiro ‘Ó’ mulheres que correm… Com motas…

Como é belo o vosso Ser… A vossa mota…

Aquela que corre também dentro de vós…

E que floresce na mais profunda psique da vossa alma de mulheres…

Que correm… Com motas…

Sois, afinal, a antiga e vital mulher selvagem…

Do tempo em que o espírito das mulheres…

À falta de motas…

Corria com o espírito dos lobos…”

 

(In "Crónicas Mundanas...")

Nota: Este poema foi escrito, tendo como suporte inspirativo o livro “Mulheres que Correm Com os Lobos” de Clarissa Pinkola Estés, em profunda admiração pelas mulheres que 'correm com as motas'…

E foi para mim, mais um ‘exercício’ que me ajudou a entender o arquétipo feminino e a perceber, também, a ‘loba interior’ que é, provavelmente, a transformadora que leva as mulheres que 'correm com motas' a serem livres… E mais mulheres!

01 dezembro 2022

PERDOAR… AMAR…

 

                                                                                             (Fotografia da Internet)

 

“Jamais deixarei de perdoar...

Pois sei que assim...

Não mais terei de sofrer...

Com tudo o que me fere...

Sim! Continua a doer-me a alma com todas as feridas...

Que teimam em não cicatrizar...

Mas a minh'alma hoje...

Sabe que não existe ofensa, por maior que ela seja...

Que se sobreponha à magnitude do Amor...

Então...

Se a ofensa não é maior que o Amor...

Porque não perdoar?

Do meu Coração brota agora... Apenas...

Um Amor de Compaixão...

Por todos os espinhos que em mim jazem cravados...

E que jamais chegarão a ser flor...

Pois... Aprendi a perdoar...

Por isso, hoje...

Hoje deverei, apenas... Amar...”


(In "O amor... Sempre o amor...")

PORQUE SOU PROFESSOR…

 

                                                                          (Fotografia da Internet)


“Porque sou professor?

Porque me interesso pelo estado do mundo…

E se queremos mudar o mundo, temos de começar pela Educação…

Para termos um mundo melhor, temos de mudar a Consciência Humana…

Por isso, decidi ser professor…

E é sempre mais fácil começar por mudar a consciência dos mais jovens…

Temos um sistema que instrui e usa de forma fraudulenta a palavra Educação…

Hoje a Educação limita-se a transmitir informações…

Sempre lembro aos meus colegas e alunos:

Educar vem do latim ‘Educare’…

Que significa ‘tirar de dentro’… E não ‘deitar para dentro’!

Por isso, a Escola de hoje rouba a infância e a juventude dos nossos jovens…

Ocupando-os com um conteúdo pesado, transmitido de maneira ainda escolástica…

O aluno passa horas ouvindo, inerte...

Tendo como único ‘estímulo’ a memorização de conteúdos…

É uma aberração ocupar todo o tempo da criança com informações tão distantes dela…

Enquanto há tanto conteúdo dentro dela que pode ser usado para que ela se desenvolva…

Como é possível atafulhar-se o cérebro de uma criança com milhares de informações…

Não será muito mais importante, por exemplo, o autoconhecimento de cada um?

Percebe-se…. Há que criar um sistema que precisa de um rebanho para robotizar…

As nossas crianças continuam, pois...

A ser preparadas para funcionar num sistema alienante…

E não para desenvolver as suas potencialidades intelectuais...

Amorosas, naturais e espontâneas…

Se, então, queremos mudar todo o sistema…

Temos de conceber uma educação para a consciência…

Para o desenvolvimento da mente…

Os professores têm de se aproximar dos alunos de forma mais afetiva e amorosa…

Para que sejam capazes de conduzir as crianças...

Ao desenvolvimento do autoconhecimento…

Respeitando as suas características pessoais, a sua individualidade…

Esse é o caminho para formar pessoas mais benévolas, solidárias e compassivas…

Hoje a educação é despótica e repressiva…

A palavra amor deixou de ter aceitação no mundo da Educação…

Sim, hoje começa-se já a falar em inteligência emocional…

E está já a ser ensinado aos mais os jovens...

Para que estes tomem consciência das suas emoções…

É bom que isso aconteça, mas não tem um impacto transformador…

A inteligência emocional é aceite apenas porque tem o nome inteligência no meio…

Pois, tudo o que é intelectual interessa…

Mas, desenganem-se!

Continua-se a não se dar importância ao emocional…

Este aspeto fundamental na vida de qualquer pessoa é, ainda, tratado com preconceito…

E é, de facto, um total absurdo…

Pois, qualquer professor sabe que quando implementamos uma didática afetuosa…

Os alunos aprendem mais facilmente qualquer conteúdo…

E depois…

O atual sistema de ensino desperdiça talentos…

Prefere rotular os alunos com transtornos e distúrbios…

As perturbações da educação são uma resposta sã a uma educação insana…

As crianças são rotuladas com distúrbios de atenção e de aprendizagem…

Quando na maioria dos casos, trata-se de uma negação sã da mente da criança…

De não querer aprender o irrelevante…

Os alunos estão cansados de que lhes metamos coisas na cabeça…

O nosso papel enquanto educadores é levá-los a descobrir, refletir, debater e constatar…

Para isso, é essencial estimular o autoconhecimento...

Respeitando as características de cada um…

Tudo é mais efetivo quando a criança entende o que faz mais sentido para ela…

Mas, para percebermos as raízes desta problemática do nosso sistema educativo…

Temos de recuar ao começo da era industrial…

Em que houve necessidade de formar uma força de trabalho obediente…

Foi uma traição ao ideal do pai do capitalismo, Adam Smith…

Ele mesmo previu que o sistema criaria uma classe de pessoas dedicadas…

Todos os dias a fazer só um movimento de trabalho, a classe de trabalhadora…

Previu que essa repetição produziria a deterioração das suas mentes…

E advertiu que seria vital propiciar uma educação...

Que lhes permitisse desenvolverem-se…

Como uma forma de evitar a ‘maquinização’ completa dessas pessoas…

Infelizmente, a sua mensagem foi ignorada…

Desde então, a Educação funciona como um grande sistema de seleção empresarial…

É usada para que os alunos passem em exames, consigam boas notas…

Para que consigam entrar na universidade e posteriormente arranjar um bom emprego…

É uma distorção do papel essencial que a Educação deveria ter!

Mas se a Escola faz um mau trabalho, que dizer dos pais…

Muitos pais só querem que os seus filhos terminem bem a escolaridade…

Para poderem entrar na universidade e ter uma profissão onde ganhem dinheiro…

Os pais deveriam ser os primeiros a refletir sobre o facto de que a Educação…

Não se pode ocupar só do intelecto…

Mas deve formar pessoas mais solidárias, sensíveis ao outro…

Com o lado materno da natureza menos eclipsado...

Pelo aspeto paterno violento e exigente…

A Unesco define ‘Educar’ como ensinar a criança a ser…

As Constituições dos países, em geral, asseguram a liberdade de expressão aos adultos…

Mas não falam das crianças e dos jovens…

São elas que mais necessitam dessa liberdade para se desenvolver como pessoas sãs…

Capazes de saber o que sentem e de se expressar…

Se os pais se dessem conta disto…

Já seria uma grande ajuda para alterarmos este estado degradado da Educação…

Entendam, caros amigos…

Vivemos uma ‘crise civilizacional’…

E ela não é apenas económica, mas multifacetada e global…

É uma crise de relações humanas…

A crise de um mal que já vem de muito lá atrás nas relações humanas…

Uma incapacidade de fraternidade de verdadeiras relações amorosas…

Um mal antigo que agora se tornou crise porque se tornou insustentável…

É, pois, uma crise de amor…

Uma crise existencial!

E o que fracassa é o próprio modelo de sociedade vigente:

O modelo patriarcal!

E foi esta ‘crise’ que se fez sinal da obsolescência do conjunto de valores…

Até das próprias instituições…

Precisamos, pois, de uma mudança de consciência…

E o melhor caminho é a transformação da Educação…

Que se foque mais no amor e no desenvolvimento das competências existenciais…”


(In "Crónicas Mundanas...")