“A vida e o amor são como fases…
Que
vão e voltam…
Ou
seja, uma viajem…
Com
muitas paragens…
Idas…
E voltas…
E
uns viajam com paixão… E outros não…
E
há, ainda, quem o faça… Correndo com as motas…
Pois,
é na velocidade…
Que
a paixão morre e é trazida de volta...
As
mulheres que correm… Com motas…
Deixam
a grande celeridade tudo o que está para trás…
São
as sonhadoras de todas as que procuram e as que encontram…
Pois
dedicam-se a acelerar em toda a viajem…
Esta
é a principal ocupação das mulheres que correm… Com motas…
E
como toda a arte...
Correr
com motas é visceral, não cerebral...
Mas,
as mulheres que correm... Com motas...
Elas
sabem acelerar e travar…
Elas
sabem sentir, disfarçar e amar profundamente…
Sim…
Correr com motas é essencial à sua saúde mental…
E
até mesmo espiritual…
As
mulheres que correm… Com motas…
Elas
são apenas almas femininas...
Talvez
mesmo, a origem do feminino…
Pois,
elas são tudo o que for instintivo…
Tanto
do mundo visível, quanto do oculto…
Elas
são a força da vida-morte-vida…
A
intuição, a vidência, as que escutam com atenção e têm o coração leal…
Elas
deixam o seu rastro de alma de mulher no asfalto aquecido…
Enchendo
as outras mulheres de vontade de também se encontrarem…
Se
libertarem… E amarem…
Ah!
As mulheres que correm… Com motas…
São
ideias, sentimentos, impulsos e recordações…
Elas
são a fonte, a luz, a noite e o amanhecer…
Elas
são o cheiro do escape quando flameja…
Elas
são a voz que diz: "Por aqui, por aqui!"
Elas
enfurecem-se diante da injustiça…
Elas
giram, afinal, como como se fossem mais uma roda das suas motas…
São
as criadoras dos ciclos…
Elas
são, afinal, tudo que nos mantém vivos…
Quando
achamos que chegamos ao fim…
Por
isso...
Os
companheiros das mulheres que correm… Com motas…
Só poderão ser aqueles que têm também...
Uma profunda tenacidade e resistência de
alma…
Aqueles
que sabem coexistir com a sua própria natureza instintiva…
E
que sabem ir além do fato de cabedal que reveste a alma dessas mulheres…
Mas
não pensem que as mulheres que correm… Com motas…
Não
choram também…
É
que ser uma árvore florida e estar cheia de seiva é essencial…
E
chorar para elas, não é sinal de fraqueza…
Antes,
um outro escape para que a vida continue em vez de entrar em colapso…
E
quando as lágrimas são a mais…
Soltam-nas
no asfalto e correm na sua moto para um lugar novo…
Um
lugar melhor...
E no
amor…
Como
amam as mulheres que correm… Com motas?
Sim,
sempre a três…
Não
nos esqueçamos jamais da sua mota…
Pois
o amor para elas compete no mundo da alma…
E
tudo é uma dança com a vida e a morte…
Por
isso são fortes…
Não,
não confundam com musculadas…
Elas
encontram o seu próprio brilho feminino sem rugir…
Vivem
ativamente com a natureza selvagem de uma maneira muito própria…
Ou
seja, vivem e sobrevivem…
Como
vos admiro ‘Ó’ mulheres que correm… Com motas…
Como
é belo o vosso Ser… A vossa mota…
Aquela
que corre também dentro de vós…
E
que floresce na mais profunda psique da vossa alma de mulheres…
Que
correm… Com motas…
Sois,
afinal, a antiga e vital mulher selvagem…
Do
tempo em que o espírito das mulheres…
À
falta de motas…
Corria
com o espírito dos lobos…”
Nota: Este poema foi escrito, tendo como suporte inspirativo o livro “Mulheres que Correm Com os Lobos” de Clarissa Pinkola Estés, em profunda admiração pelas mulheres que 'correm com as motas'…
E foi para mim, mais um ‘exercício’ que me ajudou a entender o arquétipo feminino e a perceber, também, a ‘loba interior’ que é, provavelmente, a transformadora que leva as mulheres que 'correm com motas' a serem livres… E mais mulheres!
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