A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

06 novembro 2022

AMAR… UM ATO REVOLUCIONÁRIO!

 

                                                                                (Fotografia da Internet)


“Nunca vivemos tempos em que a dificuldade em amar o próximo se fez tão presente…

E é nessa dificuldade que poderemos encontrar a raiz de tantos dos nossos problemas…

Vivemos numa sociedade marcada pelo conflito de termos de ser alguma coisa…

O Homem passou hoje a expressar-se pelas suas posses…

As quais são os elementos definidores da sua própria identidade…

O que reflete na busca por uma certa conformidade…

Mas que ceifa a pluralidade de existências e segrega o que é diferente…

Um bom exemplo disto são as cidades onde vivemos…

Os nichos considerados seguros são aqueles onde todos se parecem…

E onde os estranhos são evitados através de sistemas de segurança, muros, vedações…

Hoje ensinamos os nossos filhos a evitar a todo custo estar na presença de estranhos…

E a desconfiar de tudo e de todos…

Mas, reflitamos um pouco…

Se amar outra pessoa não é amar o que projetamos nela…

Mas antes a sua humanidade e individualidade…

Não será difícil compreender que o amor pode continuar a ser um desafio…

A busca pela felicidade individual transforma-nos em tribunais individuais…

E, na disputa pela sentença a ser proferida, não raro…

O que se vê é sair vencedor aquele que se recusa a ouvir o outro…

Facilmente, pois, livramo-nos dos compromissos…

E de tudo aquilo que nos pareça ser um incómodo para nós…

Ainda que tão agarrados a nós mesmos, paradoxalmente…

O que se percebe é que cada vez mais a solidão é companhia (e problema) constante…

É que os muros que construímos ao nosso redor, físicos ou emocionais…

Têm mesmo esse condão de isolar e criar dois mundos em cada um dos seus dois lados:

- O de dentro e o de fora!

De facto, como alguém disse:

- «Amar (verdadeiramente) é um ato revolucionário!»

E só ama quem tem coragem o bastante para lidar com esse desafio…

Porque sabe que, por mais que nem tudo sejam flores…

Esse amor consistente é que nos impulsiona a querermos ser melhores…

Seja como pessoa ou sociedade…

Pois, então, vamos ser corajosos e amar profunda e verdadeiramente?

Mesmo aqueles que não conhecemos…”


(In "O amor... Sempre o amor...")

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