"Da neblina em que te emaranhas...
Levanta-te, alma, e diz-me, afinal...
Qual é, na natureza espiritual…
O significado de seres montanha?
Eu que percorro as tuas graníticas entranhas...
Percebo a tua subjetividade ascensional...
E ainda que paralisada e estrangulada...
Sinto que te ergues em cumeadas tamanhas...
Ah! Nesse trágico de altivez...
Não serão as montanhas, porventura...
Tão íngremes, assim...
Por um simples abortamento de mecânica...
Afinal, a representação ainda inorgânica...
De tudo aquilo que parou em mim?
E no curso inquieto desta terráquea luta...
Quantos desejos férvidos de amor...
Não dormirão recalcados sob o horror...
Das tuas agregações de pedra bruta?
Seja o que for...
Eu sintonizo-me em teus relevos orográficos...
Inacessíveis aos humanos tráficos...
Onde as sementes amam permanecer...
Quem sabe, 'Alma-Montanha', se o que ainda não existe...
Não vive em gérmen no agregado triste...
Da síntese sombria do meu Ser..."
(In "A vida é um caminho... E deixa rastros...")
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