“Ah!
Mas que mulher visionária e transgressora das convenções sociais…
Admirada
por Nietzsche… Desejada por Rilke… Idolatrada por Freud…
Ou
não fosse Mulher em pé de igualdade com homens brilhantes…
Bem te tentaram diminuir aos estereótipos...
E padrões alimentados pela cultura
misógina…
Mas
preferiste ser mulher transgressora, empoderada…
E, por isso, subestimada e incompreendida…
Sim,
tu como muitas mulheres que foram deixadas à sombra dos homens…
Pena
que a tua genialidade e o teu espírito indomável…
Não
tenham sido suficientes para proteger-te das brumas do machismo…
Como
dizias?
«Ousa,
ousa… Ousa tudo!
Não
tenhas necessidade de nada!
Não
tentes adequar a tua vida a modelos…
Nem
queiras ser um modelo para ninguém…
Acredita:
a vida dar-te-á poucos presentes…
Se queres
uma vida, aprende… A roubá-la!
Ousa,
ousa tudo!
Sê
na vida o que és, aconteça o que acontecer…
Não
defendas nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:
- Algo
que está em nós e que queima como o fogo da vida!»
Brilhante,
cara Salomé… Brilhante!
Como
viveste a termo estas palavras…
Pois…
Ainda hoje, no que diz respeito ao reconhecimento e emancipação da mulher…
Quanto
à ausência de necessidade de estar constantemente conexa a um homem…
Não
avançamos tanto assim!
Mulheres…
Homens também, naturalmente…
Tenham
como inspiração esta mulher de virtudes e defeitos multifacetados…
Deveras
brilhante, porém humana como todos nós…
Que a sua determinação em combater os grilhões...
Que nos prendem às sombras da prepotência
masculina...
Nos
sirva como alento para seguir nessa mesma direção de independência…
Ainda
que as trevas sejam escuras, não podemos deixar a nossa centelha apagar…
Mantenhamos,
pois, sempre aceso o nosso fogo da vida…
Hoje,
todos somos Lou Salomé!”
(Inédito)
Sem comentários:
Enviar um comentário