A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

12 setembro 2022

KAFKA...

 

                                                                                                                        ('Post' da internet)

“O meu primeiro contacto com Kafka foi quando li o seu primeiro livro…

Creio que ‘Onze Contos’…

Kafka escrevia de maneira tão simples que me chamou a atenção…

Pois, eu conseguia entendê-lo…

E não é fácil ler um impressionista… Influenciado pelo barroco…

Ainda por cima, quando joga com as infinitas possibilidades do idioma alemão…

Com Kafka aprendi a ter em conta a referência local, a conotação do tempo e do lugar...

Mas, também, percebi nos seus textos onde se estabelece o eterno…

As suas fábulas são tão antigas como a história…

É possível pensar que foram redigidos na Pérsia ou na China e aí está seu valor…

E quando Kafka faz referências é profético…

O homem que está aprisionado por uma ordem…

O homem contra o Estado...

Esse foi um dos seus temas preferidos…

Li, também, o seu livro de contos ‘A Transformação’…

E nunca percebi porque decidiram chamá-lo ‘A Metamorfose’…

Acho que os contos são superiores aos seus romances...

Que, por outro lado, nunca terminam…

Têm um número infinito de capítulos...

Porque o seu tema é de um número infinito de postulações...

Kafka não quis publicar muito em vida e pediu que destruíssem a sua obra…

A desobediência fez com que, felizmente para nós, a sua obra se conservasse…

Kafka é, para mim, o número um deste século…

Ele importava-se com a obra e não com a fama, isso é indubitável…

Seja como for…

Kafka, esse sonhador que não quis que os seus sonhos fossem conhecidos…

Agora é parte desse sonho universal que é a memória…

Provavelmente a sua vida irá ser esquecida…

Mas os seus contos continuarão a serem contados…

Já leu algo de Kafka? Não?

Então, sugerimos que o faça…”


(Inédito)

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