A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

13 setembro 2022

A TRISTEZA... QUE CONFORTA O MEU CORAÇÃO...

 

                                                                                                        (Fotografia de Luís Borges)

“Alguns dos que me leem, têm se queixado…

Dizendo que há muita tristeza nas entrelinhas que escrevo…

Questiono:

- Mas, não foi arte de Deus, misturar alegria e tristeza?

E depois… Cá para mim…

É melhor a tristeza que o riso….

É que, por vezes, a tristeza do rosto faz-nos melhor ao coração…

E pelo prazer da tristeza…

Advém-me alguma felicidade de não precisar de estar alegre…

A poesia nasce, pois, também na tristeza…

Já dizia Caeiro que era também muito amigo da sua tristeza:

- «Minha tristeza é sossego porque é natural e justa e é o que deve estar na alma»…

Hoje até confundimos estar alegre, dizendo coisas engraçadas…

Querendo que os outros riam…

Quartando-se a liberdade do outro estar triste...

Como alguém alegre, pode gozar o silêncio triste da beleza do crepúsculo?

Caros amigos, leitores… Podem ficar tranquilos…

Sou triste, sim!

Mas a minha tristeza é natural em mim…

E é o que me corre na alma…

E depois…

Reforço o que disse lá atrás:

- A tristeza do meu rosto faz melhor ao meu coração!”


(Inédito)

Sem comentários: