“Hoje
ao acordar…
Senti
que alguma coisa tinha acontecido na (des)ordem do mundo…
Eu, de
despertar difícil, saltei da cama muito bem-disposto e leve…
E,
por um momento, assustei-me com a sensação indizível que sentia…
Durante
alguns minutos nada me aconteceu…
Mas
de repente senti que em mim a matéria começava a transformar-se…
Palpitações
excedentes abalaram o meu coração e eu mal conseguia respirar…
E
logo em seguida penetrou-me um cheiro tão monumental…
Que
pensei se não me teria enlouquecido a imaginação…
Eram
como milhões de cheiros em simultâneo...
Não
os conseguirei descreverei a todos…
Mas
entre todos os cheiros que senti, um cheiro enorme se destacou:
- Um
cheiro de mundo!
Tenho
dificuldade em descrevê-lo em toda a sua complexidade…
Mas
penso que era um cheiro branco, inodoro, perfeitamente ortodoxo…
Não
podia, porém, precisar de onde ele vinha…
Mas,
os cheiros não paravam de me invadir as minhas narinas…
Os
cheiros mais estranhos, os mais doces, os do amor, os da solidão…
Inclusive,
um cheiro de nascimento…
Provavelmente
de alguém que nascia naquele instante particular do mundo…
Curioso
também…
Só
não conseguia sentir bem, no meio daquela sinfonia de cheiros…
O
aroma das coisas obviamente cheirosas como as flores e as mulheres em geral…
O
perfume do mar, por exemplo, esse eu já sentia em toda a sua frescura, azul, infinito…
Ah! Tantos
cheiros, tantos…
E
depois senti um cheiro de sobrenatural…
Um
cheiro de éter, um cheiro de cristal transparente em vibração…
Um
cheiro de luz antiga, ainda fria dos eternos espaços…
Por
onde passara no seu caminho para a Terra…
Ah!
Que sensação maravilhosa…
O
mundo cheirava todo para mim, só para mim…
A
dançar na manhã azul perfeita, embriagante…
E
dentro do mundo senti um cheiro mágico de Paz…”
(Inédito)
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