“O
amor é, de facto, um sentimento lindo…
Mas
quando ele não é repartido…
Ele
também é muito sofrido…
Não
existe dor maior do que perder alguém que amamos…
E não
há sensação pior…
Do
que não ter a oportunidade de ter dado um último abraço…
Não
ter dito um último «eu te amo»…
Um
último beijo…
Dizem
que o tempo ameniza…
E a
dor se desvanece…
Mas
isso é faltar à verdade…
Se o
tempo fosse remédio, nenhum mal existiria…
É
que a dor no amor não advém das coisas vividas…
Mas
das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram…
Por
todos os beijos cancelados... Pela eternidade…
E
automaticamente esquecemos o que foi desfrutado…
Para
alguns de nós este é o nosso desígnio…
O
que o universo, a vida une… Afinal, também separa…
E o
mais correto seria a gente não sofrer…
Apenas
agradecer por termos conhecido alguém tão especial…
Que
gerou em nós um sentimento tão inusual…
E
que nos fez companhia por um tempo… Um tempo feliz…
Ah!
Mas como, então, aliviar a dor do que não foi vivido?
Talvez
não voltarmos a iludir-nos tanto…
E vivendo
mais connosco mesmos…
Não,
não é nenhum desperdício amar…
O
desperdício da vida está no amor que não damos…
Esquivar-nos
ao sofrimento, enviesa o nosso crescimento…
A
dor é, pois, inevitável…
O
sofrimento, esse sim, é opcional...”
(Inédito)
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