A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

07 setembro 2022

HOMEM RIDÍCULO...

 

                                                                                (Fotografia da internet)


“A humanidade está perdida…

E até enquanto cidadãos somos massacrados neste mundo em que vivemos…

Ou sobrevivemos…

Sinceramente, já não sei se é pesadelo ou realidade…

Talvez não passe, afinal, de mais um torpor na mente de um homem perturbado…

Despoletado pela quotidiana coexistência humana…

Que cada vez exige mais e abre poucas concessões…

O paraíso foi corrompido por uma intervenção externa…

E nada permanece intacto ou invisível aos olhos do mundo, dos homens…

Sim, poderão dizer que estou afetado por uma alta dose de pessimismo…

Mas existem demasiadas forças a interferir na vida de um cidadão comum…

Qual homem ridículo que mendiga uma falsa felicidade e otimismo…

Como foi possível a humanidade chegar até aqui?

Será que a essência do Homem é a maldade?

Ou, simplesmente, existe uma tendência natural no ser humano que o torne mais podre…

E o leve à sua própria aniquilação?

Ah! Deixem-me apenas sonhar…

E transformar o nauseabundo quotidiano em simplificação de preocupações…

Para que queremos nós conhecer a ‘verdade’?

Se a salvação não se dá no estado de vigília…

Sim, sou mais um homem ridículo povoando dois mundos…

E que acabarei morrendo neles…

Maldita socialização inevitável para cada um…

Perdoem-me…

Que a minha desesperança e insanidade não ponham fim à vossa animação…

Voltemos à realidade, sonhando com a perfeição do espírito humano…

E com alguma paz…

Quem sabe, este desejo de que tudo fique bem me faça mais ridículo ainda…

Mas… Basta de ilusão!

De ilusão da liberdade, da farsa da democracia…

Do paradoxo da escolha sugerida, da ilusão do livre arbítrio…

Que me chamem de ‘Homem Ridículo’…

E que mais este sonho desconexo seja fantasioso e sombrio…”


(Inédito)

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