“A
humanidade está perdida…
E
até enquanto cidadãos somos massacrados neste mundo em que vivemos…
Ou
sobrevivemos…
Sinceramente,
já não sei se é pesadelo ou realidade…
Talvez
não passe, afinal, de mais um torpor na mente de um homem perturbado…
Despoletado
pela quotidiana coexistência humana…
Que cada
vez exige mais e abre poucas concessões…
O
paraíso foi corrompido por uma intervenção externa…
E
nada permanece intacto ou invisível aos olhos do mundo, dos homens…
Sim,
poderão dizer que estou afetado por uma alta dose de pessimismo…
Mas
existem demasiadas forças a interferir na vida de um cidadão comum…
Qual
homem ridículo que mendiga uma falsa felicidade e otimismo…
Como
foi possível a humanidade chegar até aqui?
Será
que a essência do Homem é a maldade?
Ou,
simplesmente, existe uma tendência natural no ser humano que o torne mais podre…
E o
leve à sua própria aniquilação?
Ah!
Deixem-me apenas sonhar…
E
transformar o nauseabundo quotidiano em simplificação de preocupações…
Para
que queremos nós conhecer a ‘verdade’?
Se a
salvação não se dá no estado de vigília…
Sim,
sou mais um homem ridículo povoando dois mundos…
E
que acabarei morrendo neles…
Maldita
socialização inevitável para cada um…
Perdoem-me…
Que a minha desesperança e insanidade não ponham fim à vossa animação…
Voltemos à realidade, sonhando com a perfeição do espírito humano…
E com alguma paz…
Quem
sabe, este desejo de que tudo fique bem me faça mais ridículo ainda…
Mas…
Basta de ilusão!
De
ilusão da liberdade, da farsa da democracia…
Do
paradoxo da escolha sugerida, da ilusão do livre arbítrio…
Que
me chamem de ‘Homem Ridículo’…
E
que mais este sonho desconexo seja fantasioso e sombrio…”
(Inédito)
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