“Contos de fadas...
Sim, aquelas antiquíssimas histórias populares…
Que
enriqueceram a alma de milhões de crianças… E adultos…
Relatos plenos de fantasia que nos falam de realidades e mitos arcaicos…
Que
transcendem a linguagem, a raça, a geografia e nos embalam…
Eles
abrem-nos, através da imaginação, olhos e medos para a vida real…
Mesclada de momentos bons e ameaças sinistras…
Experiências
divertidas e outras dolorosas…
Algumas
também na infância…
Na
realidade, nem sempre os fortes vencem e os frágeis são anulados:
- A
força da inteligência de pessoas ditas ‘fracas’…
Inúmeras
vezes derrota a brutalidade dos ‘fortes’ menos iluminados…
Porém
o mal existe, a perversão existe…
Confundindo
critérios que antes nos orientavam…
Cabe
a cada um de nós, à família, à escola…
E a
qualquer pessoa bem-intencionada…
Reinstaurar
alguns fundamentos de vida e instaurar novos…
Hoje
existe uma tendência para uma educação ‘imbecilizante’…
Segundo
a qual só se deve aprender brincando…
A
escola passou a ser quase um pátio desordenado…
E a
falta de respeito reproduz o que acontece em casa…
Foi esta
mesma corrente de pensamento…
Que mutilou
histórias infantis arcaicas como a do 'Chapeuzinho Vermelho':
- Agora
o Lobo acaba amigo da Avó…
E
nada de devorar a velha, nada de abrir a barriga da fera e retirá-la outra vez…
Todos
na mais santa paz, tudo de brincadeirinha…
Ah! Como
não é assim a vida…
Modificam-se
textos de cantigas como «Atirei o pau ao gato»…
Transformando-a
num ridículo «Não atire o pau no gato»…
Porque
o gato é bonzinho e nós também o devemos ser…
É
que hoje todos temos de ser politicamente corretos…
Ah! O
mundo não é assim!
Coisas
más e assustadoras acontecem a todo o momento…
Por
isso, as crianças e jovens devem ser preparados para a realidade…
Não
com pessimismo ou cinismo…
Mas
com a força de um otimismo lúcido…
O medo
faz parte do existir e do pensar…
Não
precisa ser terror da violência doméstica, ou da violência nas ruas…
Mas
o medo natural e saudável que nos faz cautelosos…
Pois
nem todo o mundo é bonzinho…
Adultos
e mesmo crianças podem ser maus…
E uma dose de realismo na educação das crianças...
Ajudará a dar-lhes o necessário
discernimento…
Habilidade
para perceber o positivo e o negativo…
E poderem
escolher melhor…
Temos
muitos adolescentes infantilizados pelo excesso de proteção paterna…
Temos
jovens adultos incapazes porque quase nada lhes foi exigido…
Nem
na escola, nem em casa…
Talvez
tenha lhes faltado a essencial atenção e interesse dos pais…
Na
onda de que «tudo está numa boa»…
Há
que dar a volta por cima, mudar algumas posturas e opções…
Exigir
mais de nós mesmos e dos nossos filhos…
De
professores e alunos, dos governos, das instituições…
Ou
vamos transformar as novas gerações em fracotes despreparados…
Vítimas
fáceis das armadilhas que espreitam de todos os lados…
No meio
do honrado e do amoroso…
Que também existem e precisam de se multiplicar…”
(Inédito)
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