A POESIA... É DO LEITOR...

“O poeta inspira-se… A poesia nasce… O que fica a faltar? Lerem-me, caros leitores! Leiam-me como se eu fosse o vosso último alimento… Leiam-me como se não houvesse amanhã… Leiam-me e extraiam de mim a vossa derradeira inspiração… Leiam-me como se eu fosse o céu que vos sustenta… Ou, simplesmente… Como se eu fosse apenas um outro alguém… Ainda que sendo eu simples poesia... Leiam-me... Para que eu passe a fazer também parte de vós…”

30 outubro 2022

HOJE AMANHECI IRADO… E TRISTE TAMBÉM…

 

                                                                    (Fotografia Internet)


“Mais uma manhã em que acordo cheio de ira...

Não, confesso! O mundo não me agrada!

A maioria das pessoas estão mortas e não sabem…

E aquelas que estão vivas, sim as que sobrevivem…

Fazem-no com falsidade, com egoísmo…

O amor nos dias de hoje é uma utopia…

E, em vez de dar, exige!

Quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam…

Ou que eles gostariam que fossemos…

Vivemos um mundo de mentira…

Mas não… Não pensem que desisti…

Tento viver, adaptando-me ao sistema…

Ainda que nada que eu faça me agrade…

E tudo o que eu fiz com amor e por amor se tenha estraçalhado…

Ah! Nem o amor se safou!

Não, não tenho ódio de ninguém...

A ira é o que me consome…

Mas, parece que não sou só eu…

É que aqui é noite escura às dez horas da manhã….

E a escuridão transformou-se em chuva que mais parece um dilúvio…

Deus também parece estar irado…

Pois, que venha outro dilúvio…

Mas desta vez sem arca, ou que nela não entre o humano…

Uma vez que não sabemos fazer um mundo onde viver…

Ou que aconteça, de novo, Sodoma e Gomorra…

Talvez seja mesmo a melhor solução…

Sim, eu comecei por dizer que amanheci irado…

Mas, não é apenas ira, não…

É tristeza também…”


(In "Crónicas Mundanas...)

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